Artigo: Perspectivas para 2012


Diante de um quadro internacional adverso e de incertezas, a economia brasileira se encontra em uma condição privilegiada. O mercado interno, representado pelo sexto maior PIB (Produto Interno Bruto) mundial e a ascensão de novos consumidores, assim como a qualidade dos fundamentos macroeconômicos deve amenizar os efeitos da crise internacional.



 Inflação: embora tenha atingido cerca de 6,5% no acumulado de 2011, o teto da meta, isso não foi um problema exclusivo brasileiro. Muitos países, como China, Rússia e Índia apresentaram desempenho semelhante, ou ainda mais elevado, devido ao crescimento dos preços no mercado mundial (ver gráfico abaixo). Em 2012, o quadro interno deve ser favorecido pela queda das cotações das commodities internacionais e a redução do ritmo de atividades doméstica, o que fará com que a inflação retorne a um nível próximo do centro da meta de 4,5%;



 Juros: a redução da pressão inflacionária, e um quadro de juros reais negativos na maioria dos países, abrem uma oportunidade de continuidade na redução das taxas básicas de juros no Brasil, atualmente em 11% ao ano, com um nível real (descontada a inflação) ainda o maior do mundo. Em 2012, o Banco Central brasileiro deverá promover novos cortes, o que levará a taxa ao final do ano por volta dos 9% a.a.;



 Taxa de câmbio: o Real desvalorizou-se nominalmente frente às principais moedas, mas ainda se encontra valorizado. Essa valorização decorre tanto de fatores relacionados ao bom momento vivido pela economia brasileira, o que tem atraído um volume crescente de investimentos diretos estrangeiros, mas também das operações de arbitragem, dado o elevado diferencial de juros no mercado doméstico e internacional. A volatilidade deverá acentuar-se, em face das incertezas na economia mundial e a cotação Real/US$ deverá oscilar ao redor de R$ 1,80 ao longo do ano;



 Investimentos: os investimentos diretos externos deverão manter o seu fluxo, já que a economia brasileira apresenta muitos atrativos. No entanto, muitos projetos poderão ser adiados, ou mesmo cancelados, devido às incertezas quanto ao comportamento dos preços das commodities, ou mesmo dificuldades de acesso aos financiamentos.



Produção industrial: o governo brasileiro, preocupado com os efeitos da crise internacional e o rápido e profundo ritmo de desaquecimento do mercado interno, tem tomado várias medidas de estimulo à produção local, como ampliação de financiamentos, via BNDES e redução de impostos. O coeficiente de importações tem se ampliado em todos os setores, e é ainda mais intenso naqueles de maior sofisticação, como máquinas e equipamentos e componentes eletroeletrônicos. Há uma perda de competitividade significativa da indústria brasileira e isso exigirá cada vez mais medidas de política econômica para reverter, ou, pelo menos, amenizar os efeitos adversos;



 Crescimento econômico: depois de um desempenho positivo de 7,5% em 2010, cerca de 3% em 2011, o PIB brasileiro deve crescer entre 3% e 3,5% em 2012, o que se revela um quadro relativamente favorável, considerando-se as circunstâncias apontadas.



 



 

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