A crise na Europa é o tema que vem dominando as discussões internacionais, tanto no meio político, como no econômico. Sendo assim, também foi assunto de destaque na reunião-almoço com o diretor da Confederação das Câmaras Alemãs (DIHK, sigla em alemão), Martin Wansleben, realizado na Câmara Brasil-Alemanha de São Paulo (AHK) nesta quarta-feira (15).
Durante o evento, acompanhado por empresários e autoridades alemães no País, o representante alemão afirmou que a crise europeia não trata apenas de um problema financeiro, mas também democrático. Para ele, a região tem vivenciado a mesma dificuldade de muitas economias, ou seja, o governo promete mais do que é capaz de cumprir financeiramente.
"No centro está a questão: como democracias podem funcionar sem dívidas? A crise só será solucionada passo a passo. Para tanto, é necessário um período de adaptação", concluiu.
Wansleben disse ainda que a Europa não é somente uma união política que funciona, mas apresenta também ótimo desempenho econômico, apesar dos altos e baixos de sua conjuntura. Embora concorde que a região tem uma difícil tarefa pela frente, o executivo demonstrou otimismo: "Pessoalmente, acredito que a força da Europa é muito maior do que a crise que temos de enfrentar", disse.
Nesse contexto a Alemanha, como maior potência da Europa e, atualmente, uma economia bem sucedida, "deve e irá assumir responsabilidades específicas" no processo de domínio da crise.
O diretor do DIHK veio ao Brasil para participar da inauguração do Centro Alemão de Ciência e Inovação (DWIH, sigla também no alemão), que aconteceu nesta terça-feira (14). A instituição abrigará representações de 11 institutos de pesquisa e universidades daquele país, interessadas em estabelecer programas de intercâmbio científico, acadêmico e de fomento à inovação com institutos e empresas nacionais. Para Wansleben, a iniciativa é um importante passo das instituições de seu país, interessadas em ampliar suas relações na área de ciências e em criar redes.
Ao comentar a criação do novo Centro, Wansleben ressaltou: "Estamos aqui para ficar. Para participar na formação de algo novo e concreto".