Apenas um em cada sete cargos nos conselhos administrativos das empresas da União Europeia (UE) é ocupado por mulheres, revela um estudo divulgado pela Comissão Europeia, em Bruxelas. A média, equivalente a 13%, é ainda menor em 15 dos 27 países membros.
A Finlândia é o país onde há mais mulheres nos conselhos de administração de empresas (27%), seguinda pela Letônia (26%). A Alemanha está um pouco acima da média, com 15%. Malta, com apenas 3%, e Chipre, com 4%, são os países da UE que apresentam os piores resultados.
Para tentar reverter essa situação, a Comissão Europeia lançou no ano passado um compromisso voluntário a empresas públicas, para que aumentassem o número de mulheres em seus conselhos para 30% até 2015 e para 40% até 2020. No entanto, somente 24 empresas de toda a Europa aderiram até o momento.
Agora, a Comissão estuda outras medidas e lançou uma consulta pública para saber o que pode ser feito. As possibilidades incluem a fixação de quotas obrigatórias.
A consulta online está disponível aos cidadãos europeus até o dia 28 de maio. Os resultados ajudarão a Comissão a desenvolver propostas para melhorar o equilíbrio de gênero na direção de empresas.
Mulheres ganham menos
As mulheres ganham salários, em média, 23% menores do que o dos homens na Alemanha, de acordo com números da Agência Federal de Estatísticas (Destatis), referentes a 2010. A situação é ainda pior na zona rural.
Segundo o Destatis, a disparidade se mantém no mesmo patamar desde 2007 e é alta quando comparada internacionalmente. Nos países do bloco europeu, a diferença fica em torno de 18%.
O estudo também revela que, mesmo em posições de liderança, as mulheres recebem € 1.200 menos que seus colegas do sexo masculino.
No ano passado, a Ministra Federal da Família da Alemanha, Kristina Schröder, lançou, em conjunto com a Associação de Mulheres da Zona Rural, um projeto que visa estudar a fundo os reais motivos para as disparidades de renda no campo.
O programa “Igualdade de salário nas zonas rurais” pretende mobilizar donos de propriedades rurais, empresários e câmaras de comércio a lutar pelos interesses de suas mulheres.
Deutsche Telekom cria cota para mulheres
A companhia alemã Deutsche Telekom foi pioneira e, em 2011, tornou-se a primeira empresa com ações na Bolsa de Valores da Alemanha a criar um sistema de cota para mulheres. Até 2015, 30% dos cargos de média e alta direção deverão ser ocupados por mulheres. Atualmente, elas representam 18% do quadro executivo mundial e 12% do da Alemanha.
“A cota para as mulheres é uma exigência de justiça social, uma necessidade para o sucesso, e não um tipo de descriminação. Ter um maior número de mulheres no topo vai simplesmente nos permitir operar melhor", disse o CEO da Deutsche Telekom, René Obermann, durante o anúncio do projeto.