Comércio mundial crescerá em ritmo desacelerado


O desenvolvimento do comércio mundial sofreu uma retração no último ano e vai continuar em ritmo desacelerado em 2012 e 2013, afirmou a Organização Mundial do Comércio (OMC) nesta quinta-feira (12), durante uma coletiva de imprensa em Genebra.



De acordo com o relatório "Comércio Mundial em 2011 e Perspectivas para 2012", as exportações e importações devem crescer 3,7% neste ano, um volume abaixo da média de 5,4% registrada nos últimos 20 anos. O documento também revelou que as transações comerciais mundiais avançaram somente 5% em 2011, um crescimento muito aquém dos 13,8% no ano anterior.



Economistas da OMC apontam a crise na Europa, região responsável por cerca de 40% do comércio mundial, como o principal motivo para o fraco desenvolvimento. Dados sobre a produção mundial indicam uma leve recessão na União Europeia e mostram que até mesmo a economia da China perdeu o seu dinamismo. "A queda da demanda na Europa tem um impacto nos países em desenvolvimento, incluindo a China", comentou o diretor-geral da OMC, Pascal Lamy, na apresentação do relatório. Segundo ele, a desaceleração nas transações internacionais de bens e serviços apenas será compensada por uma eventual recuperação da economia dos Estados Unidos e do Japão.



Ainda, de acordo com o relatório da OMC, as economias desenvolvidas superaram as expectativas em 2011, registrando um aumento de 4,7% nas exportações. Nesse grupo, os Estados Unidos lideraram com uma expansão de 7,2%.



Já as economias em desenvolvimento obtiveram resultados aquém do previsto, com um incremento de 5,4%. Para os economistas da instituição, a expansão da China, que elevou suas exportações em 9,3% no ano passado, o melhor resultado mundial, foi moderada quando comparada ao crescimento de 28,4% em 2010.



Para 2013, a OMC prevê um aumento de 5,6% no comércio global. Enquanto nos países ricos as exportações deverão avançar 4,1%, os emergentes registrarão um aumento de 7,2%. As projeções de crescimento das importações para ambos os grupos de países são de 3,9% e 7,8%, respectivamente.



Entretanto, esses números podem diminuir se houver uma contração econômica mais dura do que o previsto na Europa, se a crise da dívida europeia contagiar outras regiões ou se houver um rápido aumento dos preços do petróleo, entre outros riscos.

SXC
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