O “Projeto Futuro” (Projekt Zukunft, em alemão), tem como objetivo incentivar empresas criativas e melhorar as condições de infraestrutura para que elas se desenvolvam na cidade de Berlim.
Criada em 1997, quando a capital alemã passava por um período de baixa atividade econômica e perdia setores industriais que se instalavam em outras regiões, como Stuttgart e Munique, a iniciativa governamental foi responsável por incentivar a indústria criativa e estabilizar seu crescimento. O setor abrange empresas de design, arquitetura, moda, tecnologia da informação e de comunicações, música, mídia, cinema e audiovisual, games e softwares, publicidade, artes, e cultura em geral,
Dentre as medidas de incentivo há o fomento financeiro, transferência de conhecimento, formação de redes, capacitação profissional e criação de novos empregos.
Com o apoio de um grupo de trabalho interdisciplinar, que envolve profissionais relacionados à área jurídica, administração, economia, engenharia, serviço social, meio ambiente, urbanização, entre outros, são criadas parcerias entre instituições públicas, privadas e grupos sociais.
“Hoje, nós do Projeto Futuro divulgamos e fomentamos iniciativas de empresas, que muitas vezes têm menos de dez funcionários, além de coordenar centros de excelência. Também promovemos festivais, como o “Berlin Music Week”, voltado à indústria musical, oficinas e atividades para incentivar a atuação desses grupos no mercado”, explica Eva Emenlauer-Blömers, diretora de projetos da Secretaria de Economia, Tecnologia e Pesquisa de Berlim e do Projeto Futuro.
Progresso
Em 1997, haviam 7,6 mil empresas criativas de Tecnologia da Informação e de Comunicações na cidade de Berlim, e hoje são 30 mil. Os empregos neste setor, que ocupava 65 mil pessoas, chegaram a 212 mil este ano. Já o faturamento, que era de € 10 bilhões quando o projeto surgiu, é atualmente de € 22,4 bilhões. O segmento criativo também detém 40% das verbas públicas destinadas ao subsídio industrial.
Sem considerar o setor de Tecnologia da Informação e de Comunicações, o segmento de Softwares e Games representa 40% da indústria criativa de Berlim, seguido por Livros e Publicações, com 25%, e Produção e Distribuição Audiovisual, com 13%.
“A economia criativa tem um desenvolvimento histórico longo, que só foi possível graças à transformação da sociedade industrial para a sociedade de informação, aliando a disseminação da tecnologia e da informação na indústria. Nossa meta agora é introduzir essas experiências e ideias nos setores tradicionais, que ainda são responsáveis pela maior parte do crescimento econômico”, declarou Emenlauer-Blömers.
Seminário Internacional
O Seminário Internacional de Economia Criativa, Cultura e Negócios, promovido pelo SESI-SP, reúne 32 palestrantes e moderadores de diversas regiões do mundo para discutir o potencial e desafios do tema. Para participar do evento, Eva Emenlauer-Blömers foi convidada pelo Goethe-Institut, que promove o conhecimento da língua alemã no exterior e a cooperação cultural internacional.
Durante os debates, são abordados temas como moda, arte contemporânea, clusters criativos, games, legado de grandes eventos, mercado de cinema e oportunidades criativas da Copa do Mundo de 2014.
O evento acontece até o dia 20 de abril, em São Paulo, Campinas e Ribeirão Preto.