Recuperação da economia mundial é frágil, diz OCDE


A economia mundial está gradualmente ganhando impulso, mas a recuperação é frágil, extremamente desigual entre as diferentes regiões do mundo e está ameaçada pela crise na zona do euro. A conclusão é do Panorama Econômico, estudo semestral da OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico) divulgado nesta terça-feira (22).



A entidade projeta um crescimento de 1,6% do PIB (Produto Interno Bruto) dos seus 34 países-membros nesse ano (em sua maioria, países desenvolvidos) – uma queda perante o valor registrado no ano passado, de 1,8%. Por outro lado, deve haver uma recuperação do crescimento em 2013, chegando a 2,2%.



O PIB dos Estados Unidos deve fechar em alta de 2,4% nesse ano e de 2,6% em 2013, puxado principalmente pela demanda do setor privado. Para o Japão, estão previstos aumentos de 2% em 2012 e de 1,5% em 2013, e, para a zona do euro, uma queda de 0,1% nesse ano e uma recuperação para 0,9% no ano que vem.



Europa x Alemanha



O estudo da OCDE ressalta que, na Europa, a confiança das empresas e das famílias está fraca, os mercados financeiros estão em uma situação ruim e os impactos adversos da consolidação fiscal no crescimento de curto prazo podem ser significativos, particularmente nos países mais afetados pela crise do euro. Segundo a entidade, a recuperação em economias mais saudáveis, embora bem vinda, não é forte o suficiente para compensar o crescimento fraco ou negativo em outros locais no continente europeu.



A Alemanha está entre os países com resultados positivos na zona do euro, e a previsão da organização é de que o PIB alemão cresça 1,2% nesse ano e 2% no ano que vem, por conta, principalmente, de uma demanda doméstica fortalecida.



“Uma performance consistente do mercado de trabalho, baixa necessidade de desalavancagem e condições financeiras favoráveis vão contribuir para a retomada do consumo e do investimento. A esperada recuperação do comércio global deve melhorar ainda mais a confiança das empresas e mitigar os efeitos negativos da fraqueza do resto da zona do euro [sobre a Alemanha]”, completa o documento.



Brasil



A OCDE projeta uma alta de 3,2% do PIB brasileiro para este ano e de 4,2% para o ano que vem. “A atividade econômica deve ter um crescimento rápido e, depois, baixar gradualmente para os níveis usuais, influenciada pelo consumo e pelo investimento”, diz o estudo.



A entidade alerta, no entanto, para a possibilidade de volta da pressão inflacionária. A estimativa é de que a inflação fique em 4,9% em 2012 e em 5,3 em 2013. “Na medida em que a economia decola, alguns estímulos monetários deverão ser retirados para trazer a inflação de volta para o centro da meta. Medidas macroprudenciais podem ser necessárias para conter o crescimento do crédito”, finaliza o documento.

SXC
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