Companhias de todo o mundo têm renovado suas diretorias, substituindo os CEOs em uma escala cada vez maior e mais frequente. O 12º relatório “CEO Succession” (Sucessão de CEOs, na tradução do inglês), feito pela Booz & Company, consultoria estratégica em administração baseada nos Estados Unidos, aprofundou sua pesquisa abordando o primeiro ano de novos CEOs nas 2.500 maiores companhias públicas do mundo. Segundo o estudo, com dados referentes a 2011, 14,2% dessas empresas substituíram seus profissionais de nível executivo em suas diretorias.
De todas as companhias pesquisadas, 9,8% dos casos de troca de CEO resultam de mudanças planejadas, baseadas em planos de carreira. Um percentual de 2,2% refere-se à abertura de vagas devido a demissões, e outros 2,2% foram consequência de fusões e aquisições que forçaram reorganizações gerenciais.
A rotatividade do cargo entre as 250 maiores empresas da lista foi a maior desde 2005. Segundo o estudo, quanto maior a empresa, maior é a chance de acontecerem demissões de CEOs. As possíveis explicações apontadas são referentes à maior dificuldade na condução de uma grande empresa, bem como o maior grau de exaustão a que estão condicionados os profissionais nas posições de alta liderança.
Foi levada em consideração também a origem dos novos CEOs. Aqueles que vieram de outras empresas ocupam 22% dos novos cargos gerados em 2011, enquanto os advindos de níveis inferiores da hierarquia corporativa somam apenas 14%.
O relatório pressupõe que as empresas tendem a contratar executivos de empresas de outras áreas, outros países e outros contextos visando dinamizar sua cultura e preparar-se com mais força para enfrentar um mercado cada vez mais globalizado e em movimento. No entanto, os CEOs admitidos dentro da própria companhia apresentaram melhores resultados do que aqueles que vieram de fora.
Uma razão para isso é que os profissionais que sobem na carreira dentro da própria empresa já conhecem seus meandros e são mais conhecedores do negócio, tendo mais experiência ao assumir o posto de diretoria. O tempo médio de permanência de um CEO interno no cargo chega a ser quase um ano mais longo do que o período de um externo.
Baseando-se nesses dados e em outras conclusões do estudo, a Booz entrevistou 18 CEOs veteranos para preparar sete dicas para os estreantes no cargo. Sãelas:
- Lide com as mudanças executivas o quanto antes. Trabalhar a estruturação de sua gestão como CEO é o primeiro e mais primordial passo a ser dado.
- Seja ponderado com as mudanças estratégicas bruscas na empresa, mesmo que as atuais pareçam erradas a você.
- Certifique-se de entender a cultura da empresa e como cada área ou departamento funciona.
- Adquira confiança por meio da transparência. Ter todos os stakeholders ao seu lado é uma tarefa essencial, portanto, seja claro com todos os públicos quanto aos problemas existentes, as soluções pretendidas e as estratégias em curso.
- Seja cuidadoso com as influências que passarão a cercá-lo em sua nova função. Adote uma postura seletiva em relação a conselhos e comentários que chegarem até você.
- CEO é um cargo solitário, mas você deve sempre ter um braço-direito com quem contar. Escolha um colega estratégico, que dê a você o suporte que precisa na nova empreitada.
- Concilie vida profissional e pessoal. A estabilidade de um gestor se deve muito ao ambiente familiar que ele tem e como utiliza seu tempo livre. Equilíbrio é tudo.
O recado vai principalmente para os iniciantes, mas vale também para os veteranos. Mesmo com anos de carreira à frente de cargos gerenciais, os especialistas orientam esses profissionais a manter contínua atenção aos aspectos que fazem de um CEO um vencedor.