Mesmo com o iminente abandono do euro pela Grécia, as empresas da Alemanha mostram confiança no futuro e buscam o mercado estrangeiro, de acordo com pesquisa da DIHK (Câmara Alemã de Comércio e Indústria, na sigla em alemão). “As companhias sentem-se otimistas para o próximo mês”, disse ontem (30) Martin Wansleben, diretor comercial da instituição. A expectativa geral é de que as exportações aumentem, e, para isso, as empresas estão dispostas a investir mais e abrir 450 mil postos de trabalho.
Nesse cenário, a DIHK elevou o prognóstico de crescimento das empresas da Alemanha para o ano de 2012 de 1% para 1,3%. Wansleben admitiu, entretanto, que a situação na Grécia e na Espanha claramente vem gerando mais incertezas.
A Câmara assume que, em um cenário natural, a Grécia abandone o euro. Um possível mal-estar no curto prazo não representaria nenhuma ameaça à previsão de crescimento das empresas alemãs, acredita a instituição. A estimativa de crescimento apontada pela DIHK foi baseada em estudos fechados no início de maio, antes das fortes turbulências no mercado europeu. Em um levantamento rápido mais recente, a Câmara verificou que as empresas estão divididas: “Queremos investir, estamos confiantes, mas, por outro lado, observamos com atenção o que está reservado para nós daqui para frente”, afirma Wansleben.
Os emergentes mercados asiáticos em expansão respondem pelo impulso no comércio exterior alemão, enquanto a recessão em alguns parceiros do euro o faz desacelerar. O pacote de austeridade e as reformas nesses últimos países também diminuem a demanda por bens Made in Germany. Na contramão desse cenário, a disposição das empresas para investirem só cresce e o mercado de trabalho na Alemanha parece não se abater perante a crise. “A vontade de contratar continua crescento”, afirma Wansleben.