A Alemanha tem uma política ambiental consolidada e ambiciosa, com uma economia verde que é fonte de crescimento econômico e de empregos, além de ser líder no setor de bens e serviços ambientais. No entanto, ainda há muitos pontos que precisam ser melhorados. É o que avalia um relatório divulgado ontem (31) pela OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), intitulado “Análise do desempenho ambiental da Alemanha”.
Segundo a Organização, o país tem êxito ao limitar suas emissões de carbono e o uso de recursos não-renováveis para o crescimento industrial. Outros avanços, destacados no relatório, são a maior utilização de metas e indicadores para monitorar o progresso na promoção da economia verde e a cooperação entre os diferentes ministérios para gerir programas colaborativos.
Apesar disso, para tornar sua política ambiental mais eficiente e abrangente, os maiores desafios do país são referentes à melhoria da qualidade do ar e da água, à proteção da biodiversidade e ao aumento da produção de energia renovável.
A OCDE alerta para o fato de ser necessária uma avaliação sistemática do impacto ambiental de setores como o transporte e a agricultura, além dos subsídios às energias renováveis, defendendo que esse tipo de incentivo em um território da dimensão da Alemanha tem efeitos sobre as políticas climáticas internacionais. Para isso, é importante que os subsídios não prejudiquem o desenvolvimento socioeconômico da região, nem o comércio europeu de licenças de emissões de CO2.
Dentre as 29 recomendações sugeridas pela Organização, as principais são: continuar a promoção de políticas de coordenação que fazem parte da Estratégia Nacional de Desenvolvimento Sustentável; integrar os resultados de avaliações ambientais; promover o uso de mecanismos independentes para monitorar e informar sobre como a legislação ambiental federal é aplicada pelos estados; aprofundar a participação dos envolvidos na tomada de decisão ambiental; promover a sinergia entre as políticas de sustentabilidade e as relacionadas à produtividade dos recursos, como resíduos, matéria-prima, energia e inovação; desenvolver uma avaliação da economia que envolve os ecossistemas e a biodiversidade, para orientar a implantação de uma estratégia para a diversidade biológica e fortalecer a cooperação nessa área; captar mais recursos da iniciativa privada; equiparar os investimentos em sustentabilidade nas diferentes regiões do país.
O diretor para o Meio Ambiente da OCDE, Simon Upton, declarou que “hoje, os desafios ambientais exigem soluções econômicas que promovam a inovação tecnológica. Novas fontes de crescimento sustentável podem desempenhar um papel importante na recuperação da atual crise econômica europeia. Nesse sentido, a Alemanha
está liderando o caminho”.
Economia Verde
Atualmente, o setor de bens e serviços ambientais da Alemanha exporta um terço de sua produção, como sistemas fotovoltaicos, turbinas eólicas e produtos de isolamento térmico. No setor de energias renováveis, os empregos triplicaram entre 2002 e 2010, chegando a 370 mil postos de trabalho.
As previsões do governo apontam para um crescimento anual de 7,7% na economia verde, que até 2020, deve movimentar em torno de € 300 milhões.