A chanceler da Alemanha, Angela Merkel, está convencida da necessidade de um imposto europeu sobre transações financeiras e pretende promover a ideia entre os seus vizinhos. No encontro com os chefes de governo da Espanha e da Itália, Mariano Rajoy e Mario Monti, respectivamente, e com o presidente francês, François Hollande, na próxima sexta-feira (22), Merkel defenderá a criação do tributo, mas uma data para sua implementação não deverá ser debatida.
"Não somos os únicos na Europa que precisamos decidir quando tal imposto deve ser implementado, mas iremos defendê-lo com vigor", ressaltou o porta-voz do governo alemão, Steffen Seibert, nesta segunda-feira (11) em uma coletiva de imprensa em Berlim.
O anúncio foi feito após a oposição alemã pressionar Merkel, colocando a criação de tal imposto como uma condição para que o parlamento ratifique o Pacto Fiscal Europeu.
Segundo notícias na imprensa alemã, o ministro alemão das Finanças, Wolfgang Schäuble, não acredita que tal imposto entre em vigor no atual período legislativo. Além disso, Schäuble antecipou a necessidade de uma cooperação entre, no mínimo, nove países da União Europeia (UE) para a criação da chamada taxa Tobin.
O projeto que prevê a instauração de uma taxação sobre transações financeiras – de 0,1% em ações e títulos e de 0,01% nos demais produtos financeiros – em toda a UE foi aprovado pelo Parlamento europeu no último mês. O debate sobre o imposto voltará à mesa dos ministros europeus das Finanças em 22 de junho durante uma reunião em Luxemburgo.