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O Brasil se consolida como destaque no agronegócio global, respondendo por cerca de 30% da receita agrícola da Bayer na América Latina — e figurando como o segundo país mais relevante das operações da empresa. “Tenho um otimismo cauteloso com o mercado agro neste ano. A tendência é positiva do ponto de vista de clima e gestão, embora crédito e geopolítica ainda recomendem cautela”, afirma Maurício Rodrigues, CEO da divisão agrícola da Bayer para a América Latina. A companhia investiu € 2,6 bilhões em P&D em 2024, com mais de 490 novos produtos desenvolvidos e 137 milhões de hectares cobertos por suas tecnologias de sementes e biotecnologia.
Para Rodrigues, o futuro do agro brasileiro passa pela convergência entre inovação, sustentabilidade e digitalização. “Quanto mais rentável é o mesmo solo, menos necessidade de expandir área. O objetivo é produzir mais protegendo o meio ambiente para continuar produtivo no futuro”, diz. Um dos projetos destacados foi o Procarbono, em parceria com a Embrapa; segundo o CEO, foram alcançados ganhos superiores a 10% em produtividade e mais de 15% de fixação de carbono no solo.
Rodrigues também ressalta: “O agro brasileiro é, sim, sustentável. O que precisamos é punir quem não segue as boas práticas, para que a grande maioria desfrute da imagem positiva.” Ele enxerga na COP-30 uma oportunidade para o Brasil reafirmar essa postura, argumentando que é vital “atacar problemas reais, não mitos — e posicionar o país de forma positiva”.
Ele também compartilhou parte de sua trajetória pessoal ao assumir a liderança da divisão agrícola: “Liderar é um exercício de ego: é preciso confiar nas pessoas e saber onde, de fato, eu agrego.” A trajetória de Rodrigues foi marcada por educação, curiosidade e uma carreira construída com desafios, que o levaram de executivos no Brasil a posições globais dentro do grupo Bayer.