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A Inteligência Artificial (IA) deixou de ser apenas uma promessa de inovação para se tornar parte estratégica das decisões, processos e resultados das empresas brasileiras. O estudo global “Value of AI”, realizado pela SAP em parceria com a Oxford Economics, mostra que as companhias de médio e grande porte no Brasil investem, em média, US$ 14,2 milhões por ano em IA e já registram retorno médio de 16%, com projeção de chegar a 31% em dois anos.
O levantamento ouviu 1.600 executivos de oito países, incluindo 200 líderes brasileiros, e mostra que o Brasil está entre os mercados mais avançados da pesquisa na transformação da IA em valor de negócio. Embora os investimentos anuais no país ainda sejam menores que em mercados como China (US$ 42 milhões) e Estados Unidos (US$ 37 milhões), as empresas brasileiras igualam a média global de retorno (16%) e demonstram confiança semelhante à dos principais centros econômicos, com 78% das organizações prevendo ROI positivo em até três anos.
“A pesquisa mostra que as empresas brasileiras estão entrando em uma nova fase de maturidade digital, em que a IA deixa de ser um experimento e passa a ser uma alavanca de crescimento”, afirma Rui Botelho, Presidente da SAP Brasil. “Os resultados comprovam que, quando a IA é integrada a dados de qualidade e fluxos de trabalho inteligentes, o retorno aparece de forma concreta e sustentável.”
Os investimentos das empresas brasileiras em IA devem crescer 36% nos próximos dois anos, ritmo semelhante ao de países como Alemanha (37%) e Reino Unido (40%). O que posiciona o país entre os mercados que mais planejam investir no curto prazo. Além disso, a aplicação de recursos em gestão e qualidade de dados deve aumentar 23%.
Atualmente, 23% das tarefas corporativas no Brasil já contam com algum tipo de suporte de IA, e a expectativa é que esse número suba para 40% até 2027. Quase sete em cada dez empresas (69%) afirmam que a tecnologia tem sido eficaz para solucionar os principais desafios de negócio, um percentual superior ao da média global, de 59%.
O futuro: a era dos agentes autônomos
A próxima fronteira da Inteligência Artificial no Brasil, segundo o estudo, será impulsionada pelos agentes autônomos — sistemas capazes de planejar, agir e colaborar com mínima intervenção humana. De acordo com os dados, 78% dos executivos brasileiros acreditam que esses agentes terão alto potencial de transformar as operações corporativas.
As empresas brasileiras esperam um retorno médio de 10% (cerca de US$ 3 milhões) com o uso desses sistemas nos próximos dois anos — valor em linha com a média global. Apesar disso, apenas 1% das organizações afirmam estar totalmente preparadas para escalar o uso dessa tecnologia (contra 5% no cenário global), enquanto 65% dizem estar parcialmente prontas (contra 54% globalmente).
“A próxima onda de valor virá dos agentes de IA, que atuam como sistemas autônomos capazes de executar tarefas complexas e tomar decisões de forma inteligente”, explica Rui. “É uma nova fase, em que a IA deixa de apenas apoiar processos para efetivamente impulsionar a transformação dos negócios.”
Mesmo com resultados expressivos, 70% das empresas afirmam ter baixa confiança na capacidade de integrar dados de forma responsável entre áreas internas, e 60% relatam dificuldade em fazer o mesmo com parceiros externos, resultados semelhantes à média global.
Outro ponto de atenção é o uso da “IA paralela” (shadow AI) — ferramentas de IA utilizadas por funcionários sem aprovação formal. Oito em cada dez empresas (80%) dizem estar preocupadas com o tema, e 66% admitem que esse uso ocorre com alguma frequência, reforçando a necessidade de governança e políticas claras para o uso ético da tecnologia.
A pesquisa “Value of AI” foi conduzida pela Oxford Economics a pedido da SAP em maio de 2025, com 1.600 executivos de empresas médias e grandes em oito países: Austrália, Brasil, China, Alemanha, Índia, Singapura, Reino Unido e Estados Unidos. No Brasil, participaram 200 líderes empresariais de diversos setores.
