Após dois anos muito bons, em 2012 as condições de mercado se tornaram mais duras para o setor de veículos comerciais na Europa. A afirmação foi feita pelo presidente da Associação Alemã da Indústria Automotiva (VDA, na sigla em alemão), Matthias Wissmann, durante a 64ª IAA, feira dedicada aos veículos comerciais que acontece em Hannover até a quinta-feira (27).
Segundo o dirigente, a indústria sente os efeitos da crise da dívida em alguns países do sul do continente, e o mercado de caminhões pesados (acima de 6 toneladas) na Europa Ocidental encolheu para 250 mil unidades neste ano.
“Ainda assim, nós não podemos restringir nosso olhar para a Europa. O mercado global para caminhões acima de 6t – que é relevante para os fabricantes de veículos comerciais da Alemanha – tem se mantido estável em 2012. O crescimento nos Estados Unidos pode compensar a queda na Europa Ocidental. Em 2012, o mercado norte-americano vai se expandir em 20%, para 350 mil unidades. Isso vai beneficiar os fabricantes alemães, que detêm cerca de 30% do mercado de caminhões das classe 4 a 8 (acima de 6,3t) nos EUA. E não podemos esquecer o mercado russo. Nesse ano, ele vai crescer 25%, e, com mais de 160 mil veículos, tem quase o dobro do tamanho do mercado alemão”, ressaltou Wissmann.
O presidente da VDA enfatizou que “a mobilidade é o fundamento para a prosperidade em nossa sociedade e é um pré-requisito para um setor industrial bem-sucedido. A Alemanha gera mais de um quarto (27%) do valor agregado industrial bruto na União Europeia (UE)– o que é mais do que o produzido pelo Reino Unido e pela França juntos”.
Wissmann afirmou ser perigoso que os valores agregados industriais dos países europeus estejam se afastando cada vez mais. “Na Alemanha, particularmente em anos recentes, temos visto que é a indústria manufatureira que faz a roda girar em tempos difíceis. O país, com sua forte base industrial, escapou da crise e está numa posição mais robusta do que muitos outros membros da UE. Nenhum outro país na Europa investe tanto em pesquisa e desenvolvimento, e cerca de um terço do investimento alemão nessas áreas nasce da indústria automotiva. Apenas com esse investimento enorme, a Alemanha consegue manter a sua liderança em tecnologia. Nossas empresas sabem que aquelas que pararam de melhorar, pararam de ser boas no que fazem”, completou o dirigente.
A IAA conta com 1.904 expositores de 46 países, e vai ser palco de mais de 350 premieres de produtos e serviços do setor de veículos comerciais.