São Paulo está entre as dez cidades com maior agitação cultural e entre as 15 metrópoles que abrigam as 500 maiores empresas globais – à frente, neste último quesito, de Chicago, São Francisco e Estocolmo –, revela a edição 2012 do estudo “Cidades de Oportunidade”, realizado pela PwC em parceria com a Partnership for New York. No entanto, na classificação geral, ficou em penúltimo lugar, à frente apenas de Mumbai. Berlim ficou na 12ª colocação.
A pesquisa avalia 60 variáveis de 27 grandes centros financeiros, comerciais e culturais do mundo e, neste ano, também projeta como estas localidades estarão, em termos de produção industrial, emprego e população em 2025.
“Constatamos que a recessão econômica continua a impactar na gestão das cidades, principalmente nas desenvolvidas. Já as cidades emergentes estão lidando com o fluxo de imigrantes e a pressão para adequar melhor a infraestrutura de transporte, saneamento, energia, escola e hospitais para que atendam ao crescimento pelo qual as cidades vêm passando”, destaca Richard Dubois, sócio da PwC Brasil e líder de Governo e Setor Público.
Embora São Paulo tenha ocupado a 26ª colocação na classificação geral, caindo um ponto em relação à última pesquisa, a capital paulista apresentou bom desempenho em diversas categorias. A cidade ocupa, por exemplo, a 9ª posição no que tange à facilidade para concessão de vistos, o que leva a capital a figurar na 12ª colocação em maior número de quartos de hotel e na 16ª em investimentos e em principal destino para realização de congressos, à frente de todas as cidades dos Estados Unidos.
A agitação cultural da cidade, quesito que considera aspectos culturais e socioeconômicos, como qualidade e variedade de espetáculos teatrais e musicais, restaurantes e cinemas, entre outros, também a coloca em destaque em relação às outras metrópoles analisadas. Neste indicador, Paris ocupa o primeiro lugar do ranking, seguida por Hong Kong, Sidney e São Francisco.
“Economicamente, São Paulo cresce de forma acelerada, o que a coloca na 16ª posição em crescimento real do PIB, atrás apenas de nova Iorque e à frente de Seul. A capital também ocupa o 7º lugar em população em idade economicamente ativa e o 15º em atividade voltada às grandes construções”, completa Richard Dubois.
No entanto, avalia Richard, o crescimento e o desenvolvimento de São Paulo podem ser impactados pela limitada infraestrutura tecnológica, no que tange o acesso das escolas à internet, qualidade da banda larga, índice de economia digital e desenvolvimento e design de softwares e multimídia. “O estudo avalia o que é necessário para o progresso econômico e acadêmico das cidades, aperfeiçoando os recursos certos para a chamada era digital. A cidade ocupa o último lugar neste quesito e caiu em posição em relação a pesquisa de 2011”, acrescenta.
Ranking
Na classificação geral, Nova Iorque, nos Estados Unidos, está novamente na primeira colocação no ranking, mesmo que não tenha ocupado o primeiro lugar em nenhuma das variáveis analisadas – no entanto, alcançou a maior pontuação na avaliação geral. Londres (Inglaterra), Toronto (Canadá), Paris (França) e Estocolmo (Suécia) integram os cinco primeiros lugares na classificação, sendo bem avaliadas em quesitos como capital intelectual e inovação, demografia e qualidade de vida e acessibilidade (city gateway).
“As 27 cidades analisadas produzem 8% da riqueza mundial, sendo moradia de apenas 2,5% da população no mundo, o que mostra a relevância destas localidades para a economia mundial”, destaca Richard Dubois.
Perspectivas para 2025
De acordo com o estudo, em 2025, haverá um acréscimo de 19 milhões de pessoas que viverão nas cidades analisadas e outro 13,7 milhões no mercado de trabalho. Essa massa irá gerar US$ 3,3 trilhões em produto interno bruto. “População e emprego surgirão em cidades como Pequim, Xangai, Mumbai, Istambul e São Paulo, criando uma grande distância, nestes aspectos, para as cidades desenvolvidas”, diz.
Já as cidades norte-americanas, assim como Paris, Estocolmo, Sidney e Toronto, devem permanecer à frente das emergentes em termos de geração de riqueza. “As cidades desenvolvidas irão manter o poder de compra, além da demanda das empresas e consumidores, o que movimentará as economias emergentes também. Na verdade, haverá uma relação de mútuo interesse entre estas cidades”, afirma.