“Aqui em Frankfurt nós testemunhamos a coragem e o poder inovativo da Europa e da indústria editorial internacional. Apesar da crise econômica no sul do continente, todos os representantes importantes do setor estiveram aqui”. A declaração é do diretor da Feira do Livro de Frankfurt, Juergen Boos, por ocasião do fechamento do evento, que se encerrou neste domingo (14).
Boos ressaltou que o interesse em traduções das chamadas regiões linguísticas menores aumentou, e que o interesse nos projetos digitais continua a crescer. Segundo a organização da Feira, as negociações de direitos autorais ganharam em significância e se tornaram altamente complexas. O Centro de Agentes Literários cresceu 4,4% na comparação com a edição de 2011, e cerca de 100 agentes a mais do que no ano passado participaram de eventos de fomento de contatos, o que representou 1.300 encontros adicionais por dia na feira (que aconteceu de 10 a 14). Também é notável que o número de visitantes nos dias dedicados à visitação de negócios tenha caído apenas 1,6% em relação a 2011. Isso mostra, de acordo com a organização da feira, que a indústria editorial se mantém otimista e está bem preparada para encarar seus desafios.
“Pode parecer difícil de acreditar, mas quanto mais globalizado o negócio do livro se torna, mais fortemente as pessoas sentem a necessidade de se encontrar pessoalmente pelo menos uma vez por ano – e, acima de tudo, em Frankfurt. Conversas ao vivo sobre pessoas e livros são insubstituíveis”, afirma o presidente da Associação Alemã dos Editores e Livreiros, Gottfried Honnefelder.
A presença de editoras internacionais em Frankfurt está crescendo, e observadores da indústria opinaram que o estado de espírito dos editores está mais aberto e “aventureiro” que há um ano, segundo escreve a organização da Feira em seu site. “Aqui em Frankfurt, o mundo editorial moderno se apresentou. Nós estamos vivenciando a nova geração de profissionais ligados ao livro – rica em ideias, aparelhada com novas competências e altamente interligada. Um espírito de realizações completamente novo assumiu o comando”, ressalta Juergen Boos.
Isso inclui, de acordo com a organização, a integração de novos atores dos campos da tecnologia, do vídeo e dos games no universo da feira do livro, e o fato de o relacionamento entre as editoras e os leitores está se tornando cada vez mais próximo. Com cerca de mil visitantes, o Festival StoryDrive, que trata das diferentes mídias e do entretenimento, deixou claro que as questões de digitalização, criatividade e inovação não interessam apenas aos especialistas da indústria.
A organização ainda destaca o “excelente feedback” do programa da Frankfurt Academy. “Seus 3,3 mil participantes profissionais usaram a feira como meio para encontrar importantes atores da indústria do livro, como parte de uma rede de conhecimento internacional. Eles identificaram novos modelos de negócios e novas tendências, testemunharam exemplos internacionais de melhores práticas e fizeram um intercâmbio de ideias”, afirma o texto no site da Feira.
A Feira do Livro de Frankfurt é o maior evento da indústria do livro no mundo, reunindo mais de 7,3 mil expositores de 100 países. Na edição de 2013, o Brasil será o país homenageado, sob o slogan “Brazil in Every Word”. O País investirá cerca de U$ 10 milhões, e levará uma comitiva de pelo menos 70 escritores de todos os gêneros literários.