MASP abre mostra sobre o Renascimento alemão


O MASP (Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand) abriu ao público nesta sexta-feira (19), a mostra “Luzes do Norte”, com 61 obras-primas da gravura renascentista alemã, selecionadas da coleção de 100 mil obras doadas pela família do barão Edmond de Rothschild ao Museu do Louvre em 1935. De acordo com comunicado do MASP à imprensa, a exposição “é resultado da demanda do curador Teixeira Coelho ao curador Pascal Torres, responsável por Gravuras e Desenhos no museu francês, de uma seleção que trouxesse ao Brasil as preciosidades do Renascimento alemão, uma das mais relevantes produções da arte europeia, nem sempre reverenciada em grandes mostras”.



Do acervo do MASP foram integrados à exposição os óleos O Poeta Henry Howard, Conde de Surrey (1542), de Hans Holbein, o Jovem e Retrato de Jovem Aristocrata (1539), de Lucas Cranach, o Antigo, obras-primas relevantes para o contexto. A mostra fica até 13 de janeiro no museu, na capital paulista.



Para o diretor presidente do Louvre, Henri Loyrette, a coleção do barão de Rothschild “reúne peças únicas, sem as quais nosso conhecimento da gravura alemã continuaria incompleto”.  Colecionador de obras de arte que, à frente de seu tempo, compreendeu o Zeitgeist do Renascimento, o barão “reuniu as mais belas peças da gravura alemã dos séculos XV e XVI que a curiosidade intelectual, o estudo erudito e, algumas vezes, a sorte ofereceram para seu excepcional gosto pelo Belo”, completa Loyrette.



Renascimento alemão



No comunicado, o MASP ressalta que “a Itália é considerada o berço do Renascimento [movimento artístico e intelectual nos séculos XV e XVI], pois, além do patrocínio dos mecenas, era um país de forte crescimento econômico e efervescência cultural. Foi este o cenário encontrado por Albrecht Dürer, artista alemão responsável por levar o Reanscimento para o Norte da Europa. Na Itália que ele iniciou seus estudos de proporção e perspectiva e passou a se entender como artista”.



Teixeira Coelho, curador do MASP, aponta que Dürer “foi o maior nome da gravura em todos os tempos até a chegada de Rembrandt, e foi a gravura que firmou seu nome internacional ainda em sua própria época. […]Dürer, porém, não se limitou a levar a Renascença para o Norte [da Europa]: de igual modo, trouxe o germanismo para o Sul, sobretudo com sua contribuição em favor da melhor reputação da gravura. Seu grande aporte, por arbitrário que seja destacar um dentre vários, foi a originalidade da invenção, algo que se poderá verificar nesta exposição, de modo central embora não exclusivo, nas peças Santo Eustáquio, A trindade e o popular Rinoceronte, três de suas muitas obras-primas”.

Samuel Brosset
Samuel Brosset