Mostra de Cinema de SP exibe Nosferatu ao ar livre


A 36ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo comemora o 90º aniversário de “Nosferatu(1922), clássico mudo dirigido por F.W. Murnau, com projeção ao ar livre de cópia restaurada do filme na área externa do Auditório Ibirapuera, na capital paulista, nesta sexta-feira (2), às 20h. A exibição será acompanhada por trilha composta por Pierre Oser, maestro alemão que vem a São Paulo para reger a Orquestra Petrobras Sinfônica, com 50 músicos, e o Coro Projeto X, com 24 vozes, em execução ao vivo de sua partitura.



De acordo com a organização da Mostra, apesar de não ter sido autorizada na época, “Nosferatu é a primeira adaptação do romance “Drácula”, de Bram Stoker, para o cinema. Murnau ignorou a negativa da viúva do escritor irlandês, Florence, de lhe conceder os direitos da obra, alterou os nomes dos personagens e prosseguiu com o projeto do filme. Na história, o agente imobiliário Hutter viaja até os Cárpatos para visitar um novo cliente, o excêntrico Conde Orlok. Aos poucos, ele descobre que Orlok é um vampiro. Antes que Hutter o impeça, Orlok consegue se mudar para Winsborg, onde Hutter mora com sua esposa Ellen. O vampiro espalha praga e morte pelo povoado até Ellen notar que ele sente uma forte atração por ela. Ao contrário de outros vampiros, Orlok tem sombra – como se vê na cena incansavelmente reproduzida em que o conde sobe as escadas para possuir Ellen.



A restauração da cópia que vem a São Paulo, segundo informações do festival, foi realizada entre 2005 e 2006 por Luciano Berriatúa para a Fundação Friedrich-Wilhelm-Murnau, com base uma cópia de 1922. O processo de restauração digital possibilitou a manutenção dos intertítulos originais, o que diferencia a cópia das versões anteriores do filme, nas quais os intertítulos foram refeitos. O cuidado na recuperação da obra ainda inclui a eliminação de riscos, rasgos e arranhões, assim como o balanceamento de luz e densidade, trabalho feito manualmente, quadro por quadro, imagem por imagem.



Murnau foi um dos mais importantes cineastas do cinema mudo e do cinema expressionista alemão. Além de “Nosferatu” (1922), seus filmes mais conhecidos desse período são “A Última Gargalhada” (1924) e “Fausto” (1926). Mudou-se para os Estados Unidos na segunda metade dos anos 1920, onde realizou filmes como “Aurora” (1927) e “Tabu” (1931), codirigido por Robert Flaherty. Murnau morreu em decorrência de um acidente de carro em Los Angeles, em 1933.

CCommons/flickr/twm1340
CCommons/flickr/twm1340