Merkel recomenda a Portugal buscar mercados fora da UE


Durante visita a Lisboa, a chanceler alemã Angela Merkel prometeu investimentos para apoiar a reindustrialização de Portugal e sugeriu que o país procure aumentar as exportações para “novos mercados fora da Europa”. Segundo ela, está fora da União Europeia a “chave do sucesso” que poderá tirar o país da crise econômica. Merkel esteve na capital portuguesa nesta segunda-feira (12), na primeira visita após o início da fase mais crítica da crise, e enfrentou apenas pequenas manifestações, ao contrário da recepção hostil que teve na Grécia, no mês passado.



“A indústria alemã está do lado de Portugal”, disse Merkel, que ainda propôs aos empresários germânicos formarem joint ventures com os portugueses “em partes menos acessíveis do globo para os alemães”.



Historicamente, Portugal é um país usado como plataforma de exportação de empresas alemãs. Segundo dados do Ministério dos Negócios Estrangeiros de Portugal, as companhias alemãs faturaram € 4,6 bilhões no último ano em território português, dos quais, € 4 bilhões foram obtidos com exportações. Das seis empresas estrangeiras que mais exportam de Portugal, três são alemãs.



Merkel, junto com o primeiro-ministro português Pedro Passos Coelho, encerrou o Encontro Empresarial Luso-Alemão. Durante o discurso, a chanceler teceu elogios a medidas de “desburocratização” de Portugal e ao governo português pelas “ações corajosas” de ajuste fiscal e também ofereceu apoio para que os portugueses criem um banco de fomento ao desenvolvimento.



A chanceler disse ainda que a Europa tem que “caminhar junta”, não pode “deixar a sós alguns países” e que deve se preparar para “concorrer com os países emergentes.”



Passos Coelho salientou que Portugal tem atuado para resolver problemas estruturais como o déficit orçamentário e o déficit externo. Segundo ele, os déficits “são falhas de governança do passado”. O primeiro-ministro prometeu reorganizar “as funções e estruturas do Estado” e garantiu “maior abertura às oportunidades oferecidas pela globalização e pela área do euro”.



Menos de um mês depois de ter aprovado o orçamento anual interno, que foi duramente criticado pela oposição por diminuir investimentos na área social e aumentar impostos, Passos Coelho pediu “ambição do orçamento da União Europeia” para os próximos quatro anos e pediu mais recursos.



“O Orçamento Europeu, desde que usado com sabedoria, pode fazer a diferença entre um regresso mais rápido ou mais demorado ao crescimento em alguns países,” disse.



Com informações da Agência Brasil

Bundesregierum/Bergmann
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