Um dos maiores desafios econômicos da Alemanha nos próximos anos será atender a demanda por profissionais qualificados, e uma das respostas a ele é a atração de especialistas estrangeiros. Nesse sentido, o governo alemão revisou, no final de fevereiro, seu regulamento de ocupação laboral, para facilitar a entrada de profissionais de países de fora da União Europeia (UE).
De acordo com comunicado do governo, a Alemanha enfrenta uma redução da disponibilidade não apenas de trabalhadores com nível superior completo, mas também de profissionais com nível técnico. Áreas como a da saúde sofrem com a falta de mão de obra, além de diversos setores industriais e de serviços – há grande procura por maquinistas e encanadores, por exemplo.
Desde agosto de 2012, trabalhadores com formação universitária de países não-membros da UE podem se candidatar a um Blue Card, documento que autoriza a permanência nos países do bloco. No entanto, até agora, os profissionais com nível técnico de fora da UE têm achado praticamente impossível trabalhar na Alemanha. A exceção são os técnicos da área da saúde: os cidadãos com qualificação adequada podem ser empregados na Alemanha, desde que a Agência Federal de Emprego alemã chegue a um acordo quanto à colocação com a autoridade correspondente no país de origem do trabalhador.
No comunicado, o governo alemão lembra que todo cidadão das naç ões da União Europeia tem acesso irrestrito ao mercado de trabalho alemão, e afirma que o novo regulamento de ocupação laboral agora o abre também aos trabalhadores qualificados de fora do bloco. “O novo decreto ‘joga fora’ 40% das antigas cláusulas e abre as portas aos técnicos necessários para levar o país adiante. A regulamentação deixa claro quais profissões são atualmente demandadas pela Alemanha”, diz a ministra alemã do Trabalho, Ursula von der Leyen.
De acordo com o novo regulamento, os cidadãos que queiram trabalhar na Alemanha devem ter suas qualificações examinadas para determinar se elas são equivalentes às alemãs. A Lei de Reconhecimento de Qualificações Estrangeiras, de abril de 2012, estabelece os critérios e prazos para os procedimentos, que podem ser feitos a partir do país de origem do candidato. Além disso, deve haver a demanda no mercado de trabalho alemão pelas qualificações/profissão do trabalhador.
O decreto entrará em vigor em julho deste ano, quando uma lista com as profissões que sofrem com falta de mão de obra na Alemanha deverá ser publicada.
Mais informações podem ser encontradas (em inglês) no site Make it in Germany, clicando aqui.