A presidente do Brasil, Dilma Rousseff, e o presidente da Alemanha, Joachim Gauck, fizeram, nesta segunda-feira (13), a abertura oficial do Encontro Econômico Brasil-Alemanha 2013, que acontece até está terça-feira (14), em São Paulo. Com o tema “Cooperação Brasil-Alemanha para a Competitividade”, a 31ª edição do evento reúne mais de 2.000 empresários dos dois países. A cerimônia de abertura contou com as presenças dos ministros Aloizio Mercadante (Educação), Antonio Patriota (Relações Exteriores) e Fernando Pimentel (Desenvolvimento), além do governador do Estado de São Paulo, Geraldo Alckmin, e do prefeito da capital paulista, Fernando Haddad, e de diversas autoridades governamentais e empresariais.
“O dia de hoje está sob o signo de uma parceria cada vez mais estreita. O Encontro Econômico Brasil-Alemanha é uma ponte entre a maior nação da América Latina e o maior país europeu do ponto de vista econômico”, disse Gauck em seu discurso. “Essa boa relação entre os dois países é resultado do trabalho duro de muitos – pessoas capazes de criar e levar projetos adiante, líderes de mercado, abridores de caminhos”, completou.
Coragem
O presidente alemão também ressaltou a coragem brasileira em diversas questões, dentre as quais, a política: “O Brasil mostrou coragem quando conseguiu se democratizar, e a presidente teve coragem ao criar a Comissão da Verdade para buscar esclarecer acontecimentos da ditadura militar”.
“Na Europa, temos a coragem necessária para superar a crise, a coragem de analisar os problemas e buscar soluções. Quanto ao futuro da Europa, digo: o projeto europeu não está em questão, nós, alemães, queremos a Europa, lutamos por ela e a queremos forte”, destacou.
Gauck parabenizou, ainda, os brasileiros pela recente eleição de Roberto Azevedo para o cargo de diretor-geral da OMC (Organização Mundial do Comércio).
PMEs
Dilma Rousseff afirmou que a relação entre o Brasil e a Alemanha é um dos casos mais exitosos de relações bilaterais, e deu destaque ao papel das empresas alemãs no Brasil, lembrando que são cerca de 1.600 em todo território brasileiro – o maior parque industrial alemão fora da Alemanha – e que são responsáveis por aproximadamente 12% do PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro.
“Uma novidade para mim é saber que, hoje, temos 50 empresas brasileiras instaladas na Alemanha, as quais tiveram um crescimento anual de 6,5% em investimento naquele país entre 2005 e 2010”, disse Dilma.
A presidente chamou atenção ainda para a questão das PMEs (Pequenas e Médias Empresas): “As exportações brasileiras para a Alemanha estão limitadas a um número relativamente pequeno de grandes companhias. Já as exportações alemãs para o Brasil englobam um grande número de empresas, muitas das quais são pequenas e médias – em torno de 90% – que produzem bens de alto valor agregado. Esse é o nosso desafio no Brasil: elevar e tornar estratégico o número de PMEs que possam desenvolver inovações, agregar valor e ter a capacidade de ser componentes de um tecido social que, como na Alemanha, torna-se mais resistente às flutuações e às crises”.
Comissão da Verdade
Antes da cerimônia oficial de abertura, Dilma e Gauck fizeram um pronunciamento à imprensa, em que a presidente brasileira pediu o acesso a eventuais arquivos da Alemanha que possam beneficiar os trabalhos de investigação da Comissão Nacional da Verdade.
Gauck demonstrou interesse em contribuir para as investigações brasileiras. “Eu fui, ao longo de muitos anos, responsável pelos arquivos da ditadura comunista. Era necessário preservar arquivos que diziam respeito a pessoas inocentes. Quando se trata de preservar o passado, eu sou perito”, disse Gauck. Ele coordenou a comissão alemã que controlou a dissolução da polícia secreta da Alemanha Oriental, após a reunificação.
“Quero externar o meu respeito pela presidenta por ter instalado a Comissão da Verdade. É preciso aproveitar a oportunidade de apurar a verdade e, se a comissão tiver o apoio necessário para acesso a todas as fontes, vai conseguir muito”, finalizou o presidente.
Com informações da Agência Brasil