A Confederação Alemã das Câmaras de Comércio e Indústria (DIHK, na sigla em alemão) apresentou, nesta quinta-feira (23), sua pesquisa de conjuntura do início do verão europeu, para a qual foram ouvidas 24 mil empresas alemãs durante o mês de abril.
De acordo com o presidente-executivo da DIHK, Martin Wansleben, a recuperação da Alemanha ainda não aconteceu. “A estabilização econômica da Europa está andando mais devagar do que o esperado. Além disso, o clima extraordinariamente ruim [neste inverno europeu] prejudicou o comércio inclusive no mês de abril. Um começo de ano como este surte um efeito continuado e é recuperado com dificuldade. As empresas avaliam sua situação atual como sendo pior do que o fizeram no começo do ano.”
A pesquisa mostrou que as empresas estão menos otimistas quanto à sua situação atual. No início do ano, 38% das empresas responderam que a situação estava boa, 51%, satisfatória, e 11%, ruim. Já na pesquisa de abril, 32% consideram sua situação boa, 53%, satisfatória, e 15%, ruim.
“Após um inverno extraordinariamente longo, a situação para os setores de construção e transportes, assim como para o comércio e para os provedores de serviços orientados ao consumidor (como hotéis e restaurantes) deteriorou-se consideravelmente. A avaliação da situação atual no setor de indústrias de exportação também piorou, embora em um patamar menor. Em um ambiente de comércio exterior difícil, a presença internacional ampla e o alto nível de competitividade da indústria alemã certamente ajudam muito”, destaca o estudo da DIHK.
Por outro lado, as perspectivas de negócios das companhias para os próximos meses continuam boas, e seguem melhorando em todos os setores econômicos – as empresas não temem um revés grave vindo da crise do euro, segundo o relatório. A taxa das empresas que acreditam que a situação irá melhorar nos próximos meses ficou em 25% em abril, contra 20% na pesquisa realizada de dezembro a janeiro.
Exportações e PIB
As expectativas de exportação das empresas ficaram estagnadas, com índices semelhantes aos do início do ano (30% acreditam que vão exportar mais, 57% que vão exportar no mesmo nível, e 13% que vão exportar menos). “As boas perspectivas mostradas na pesquisa anterior ainda não foram concretizadas. Novos reveses advindos da crise no Chipre e o fraco desempenho da zona do euro, especialmente da França e da Espanha, continuam a ter efeitos negativos sobre as exportações”, aponta a pesquisa.
O DIHK agora espera um crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) alemão de 0,3% em 2013 – contra uma previsão de 0,7% no começo do ano. A entidade acredita, no entanto, que haja uma melhora subjacente ao longo do ano, o que é sinalizado pelas boas expectativas de negócios futuros das empresas. A perspectiva para 2014 é de que o PIB cresça 1%.
As empresas, segundo o DIHK, não abdicaram de suas intenções em termos de empregos, o que faz a entidade calcular que serão gerados cerca de 250 mil postos de trabalho em 2013 (fazendo com que o emprego cresça mais rapidamente que a economia, da mesma forma que em 2012).