Graças ao consumo privado, a economia alemã ficou estável no começo de 2013. Por causa da combinação desfavorável de efeitos adversos do clima, da situação difícil da Europa e dos investimentos consequentemente fracos, o PIB (Produto Interno Bruto) alemão mal conseguiu escapar da estagnação após cair no final de 2012. A análise é do banco de desenvolvimento alemão KfW, em relatório divulgado nesta terça-feira (28). O PIB alemão subiu apenas 0,1% nos primeiros três meses do ano, após cair 0,6% no último trimestre de 2012.
De acordo com a instituição, mesmo considerando que a indústria da construção provavelmente dará um estímulo adicional à economia no segundo trimestre ao recompor o desempenho após as condições climáticas ruins do primeiro trimestre, e com uma recuperação esperada para o restante do ano, o crescimento do país para todo 2013 deverá permanecer mínimo, por causa do nível inicial muito desfavorável.
“Em função disso, nós revisamos para baixo nossa previsão do crescimento do PIB deste ano, de 0,9% para 0,3%. O crescimento em 2014 deve subir para 1,7%, desde que a Europa progrida e o restante do mundo continue com seu ímpeto econômico atual”, explica o economista-chefe do Grupo KfW, Jörg Zeuner.
Segundo o relatório, o consumo privado e a construção civil igualmente preveniram que a recessão europeia atingisse a Alemanha, mas isso por si só não cria uma recuperação potente. As exportações terão que crescer e, através da maior utilização da capacidade instalada, deverão também dar maior impulso aos investimentos corporativos. Assim, a força da recuperação depende principalmente da Europa, que continua sendo o mercado mais importante para as empresas alemãs – ressalta o banco.
“A zona do euro está se estabilizando muito devagar, e ainda há razões para preocupação em relação aos empregos e aos ganhos das famílias. Apesar disso, estamos cautelosamente otimistas de que os efeitos nocivos da Europa vão diminuir ao longo do ano e que a zona do euro será capaz de voltar às taxas de crescimento moderadamente positivas em 2014”, afirma Zeuner.
O maior risco, conforme o relatório, é uma nova escalada da crise. Se os efeitos nocivos vindos de grandes áreas da zona do euro não diminuírem, mas, ao contrário, aumentarem, um contágio da Alemanha pela recessão europeia dificilmente será evitado.