A Mercedes-Benz do Brasil está desenvolvendo um motor bicombustível diesel + GNV para uso em ônibus, como alternativa ao diesel de petróleo.
A nova solução, segundo a montadora, está sendo elaborada a partir do conhecido motor OM 926 LA de 6 cilindros e 7,2 litros, que atende à legislação Proconve P-7 (equivalente ao Euro 5), e tem como principal combustível o gás natural veicular (GNV), complementado pelo óleo diesel, seja o diesel de petróleo ou as misturas com diesel de cana ou biodiesel.
De acordo com a Mercedes, o conceito do motor prevê a injeção de GNV diretamente na entrada do coletor de admissão do motor, por meio de um sistema dosador e misturador. A quantificação do volume de gás é gerenciada eletronicamente, em combinação com o controle eletrônico da relação de ar/combustível.
“O veículo funciona com os dois combustíveis”, afirma Gilberto Leal, gerente de Desenvolvimento de Motores da Mercedes-Benz do Brasil. “Sem grandes alterações no motor básico a diesel foi possível atingir até 90% de relação de substituição de diesel por GNV. Nesta proporção há uma redução de 18% nas emissões de CO2, um dos principais gases do efeito estufa, e ainda redução de cerca de 30% de material particulado”.
O projeto incluiu mudanças mínimas na arquitetura elétrica e eletrônica do veículo, mantendo o sistema SCR (redução catalítica seletiva) e aplicando adicionalmente um catalisador de oxidação, a fim de reduzir as emissões de monóxido de carbono e metano.
Gilberto Leal aponta os benefícios do conceito “bicombustível” do motor Mercedes-Benz frente aos motores a gás convencionais. “Um veículo com um motor que consegue funcionar com diesel puro ou diesel + GNV, como o nosso, oferece vantagem sobre aquele que funcione exclusivamente com gás, pois quando não há disponibilidade de GNV, o veículo ‘bicombustível’ opera normalmente, ou seja, abastecido só com diesel”.
“Com a possibilidade de aumento de oferta de gás natural veicular (GNV) no País, o uso desse combustível em ônibus urbanos será uma importante opção para reduzir o consumo de combustível diesel fóssil e para a redução dos custos operacionais das empresas de transporte”, finaliza.