A Fundação Espaço ECO (FEE), instituída pela BASF, desenvolveu um estudo para comparar o desempenho ambiental e econômico de três tecnologias diferentes para o banho quente disponíveis no mercado brasileiro e verificar a opção mais ecoeficiente. As tecnologias analisadas foram o chuveiro elétrico e os sistemas de aquecimento a gás e a energia solar.
O estudo considerou um cenário-base para fornecimento de água quente (45°C) em um banho de oito minutos, com temperatura inicial 20,2ºC (temperatura ambiente), na Região Metropolitana de São Paulo (RMSP), durante o período de um ano (2012).
A análise revela que para selecionar a melhor opção é necessário que se leve em consideração quantos banhos serão realizados em um dia e a temperatura média destes banhos. Para residências com até três banhos diários em um mesmo chuveiro, levando oito minutos cada e temperatura da água quente de até 40ºC, o chuveiro elétrico é a opção mais ecoeficiente. Acima de três banhos diários, na mesma faixa de temperatura e tempo, o sistema de aquecedor a energia solar apresenta-se como a alternativa que melhor combina os desempenhos ambiental e econômico. Em nenhum dos casos avaliados o chuveiro de aquecimento a gás foi o mais ecoeficiente.
O estudo
Para analisar a opção de chuveiro mais adequada para o banho quente, tendo-se em vista o cenário apresentado, o estudo comparou indicadores ambientais (uso da terra, consumo de energia, recursos naturais, consumo de água e emissões), associados a indicadores econômicos (preço de aquisição dos aparelhos e custos de contratação dos serviços de distribuição e tratamento de água e efluentes).
“O nosso objetivo é contribuir para a reflexão sobre hábitos de consumo e colocar a questão ambiental dentro dos critérios de escolha dos consumidores. O consumidor está acostumado a olhar o preço, mas a questão ambiental também é de extrema importância”, afirma Emiliano Graziano, gerente de Gestão para Sustentabilidade da FEE.
Uma das primeiras conclusões do estudo é que o consumo acumulado de energia, que considera todos os consumos de energia em todo o ciclo de vida, é a categoria com maior contribuição ao impacto ambiental, com quase 30% do total. Em segundo lugar, está o uso e influência de cada tecnologia no estoque dos recursos naturais, com 15%. Em seguida vem o potencial de cada uma para o aquecimento global (aproximadamente 5%).
“Para se chegar a uma conclusão de qual alternativa escolher, não podemos só considerar o aspecto ambiental. Por isto o estudo nos mostra que, para a escolha da alternativa mais ecoeficiente, deve-se levar em conta o número de banhos que serão tomados por dia e a temperatura desejada da água. Os fatores determinantes para a escolha da alternativa mais ecoeficiente são os hábitos de consumo de cada residência”, conclui Emiliano.
Cenário
O estudo considerou como cenário a Região Metropolitana de São Paulo por este ser o maior centro consumidor dessas tecnologias.
Os demais dados utilizados, como temperatura e volume de água, foram retirados de manuais de utilização de cada tecnologia, relatórios de organizações de cada setor, como Sabesp (para tratamento e distribuição da água), Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) e AES Eletropaulo (para geração e distribuição de energia), além de literatura técnica. Quanto às características de hábito de consumo foram considerados o volume de água, o calor fornecido e a eficiência de cada tecnologia, bem como dados sobre perdas no processo de distribuição e tratamento de água, além de consumos e gerações da própria matriz energética brasileira.
Entre as fontes de dados utilizadas está a pesquisa do Grupo de Chuveiros da Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (GCA – Abinee) e o Centro Internacional de Referência em Reuso de Água (CIRRA), de 2009, que colaborou para a definição do tempo de oito minutos para o banho. Ela analisou o desempenho econômico dos chuveiros elétricos, a gás e a energia solar. As temperaturas escolhidas, de acordo com os especialistas da Fundação Espaço ECO, são o intervalo entre a temperatura mais agradável e a máxima que uma pessoa pode tomar um banho.