As editoras brasileiras que estiveram presentes na Feira do Livro de Frankfurt 2013, realizada de 9 a 13 de outubro, estimam um faturamento de US$ 1,45 milhão, entre direitos autorais e obras impressas, para os próximos 12 meses.
Para a presidente da Câmara Brasileira do Livro (CBL), Karine Pansa, “o resultado certifica a nova posição do Brasil no mercado editorial internacional como País vendedor e não apenas como comprador”. De acordo com ela, essa nova tendência tem sido definida nos últimos anos, como resultado do projeto Brazilian Publishers (BP), realizado por meio do convênio entre a CBL e a Apex-Brasil (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos).
Um dos trabalhos da equipe técnica do Brazilian Publishers é colher dados de vendas de direitos autorais e de livros impressos. Segundo o levantamento, as exportações de livros impressos foram de US$ 1,65 milhão em 2010 para US$ 1,85 milhão em 2011 e US$ 2,4 milhões em 2012, portanto, a expansão no período foi de 45%. Com relação às vendas de direitos autorais, os números atingiram US$ 495 mil em 2010, US$ 880 mil em 2011 e US$ 1,2 milhão em 2012. Ou seja, um crescimento de 143% em apenas dois anos.
Novos negócios
A editora Melhoramentos vendeu sete títulos para onze países durante a Feira de Frankfurt (entre eles, Canadá, Tailândia, Grécia e Rússia). “Quando vendemos direitos lá fora, conseguimos também um aumento do valor agregado do livro dentro do mercado interno. Mais leitores passam a se interessar por aquele título”, comenta Alfredo Weiszflog, presidente do conselho de administração da empresa.
Já a editora Cortez, especializada em títulos de ciências sociais e literatura infantojuvenil, conseguiu vender 12 títulos, para países como Espanha e Colômbia, e está em negociações com Arábia Saudita, Coreia, China e Dinamarca. “Este ano a feira teve mais movimento e mais interessados do que a do ano passado, conseguimos ótimos resultados”, conta Antonio Erivan Gomes, diretor da empresa.
De acordo com informações do Projeto Brasil em Frankfurt, editoras que nunca haviam participado da Feira do Livro de Frankfurt, como Solisluna, Mar de Ideias, Casa dos Espíritos, entre outras, se surpreenderam com as boas possibilidades de negócios obtidas já nesta primeira participação. “Durante uma reunião com editores argentinos organizada pelo Brazilian Publishers, fizemos um contato muito bom e estamos negociando a publicação de um livro do Leonardo Boff, além da participação do autor na feira do livro de Buenos Aires”, conta Daniella Riet, proprietária da Mar de Ideias.
“Realizamos contatos com editores da Índia e abrimos negociações com editoras da Áustria, França, Estados Unidos e Itália, interessados no livro Pastinha. Este é um livro infantil sobre o mestre da capoeira e o que nos disseram foi que, apesar de haver muitas publicações sobre a capoeira, eles ainda não conheciam algo voltado para este público infanto-juvenil”, relata Valéria Pergentina, da Solisluna.
O Brasil para o mundo
Na Feira de Frankfurt deste ano, o Brasil mostrou sua cultura e sua produção editorial aos 7.200 expositores, aos 275 mil visitantes de cem países, e ao mercado editorial globalizado. A participação nacional foi organizada pelos Ministérios da Cultura e das Relações Exteriores, Fundação Biblioteca Nacional (FBN), Fundação Nacional de Artes (Funarte) e Câmara Brasileira do Livro (CBL).
“Tivemos um pavilhão de 2.500 metros quadrados – por si só uma obra de arte de Daniela Thomas –, e um estande coletivo de 700 metros quadrados”, salientou Karine Pansa, destacando ainda: “Mais de setenta autores, 168 editoras, 651 eventos ligados ao Brasil, antes, durante e depois da feira, enfatizaram desde o nosso grafite até o cinema nacional, passando pela música, dança e teatro”.
Com informações do Projeto Brasil em Frankfurt