Fraunhofer recebe prêmio por pesquisa


Em todo o mundo, há pouco espaço para aumentar a quantidade de terra cultivada – o que acaba deixando o alimento, ração animal e, mais recentemente, até as culturas energéticas competindo pelo espaço disponível. Se a crescente população mundial ainda pretende ter comida suficiente no futuro, temos que reduzir a quantidade de carne que consumimos e recorrer cada vez mais aos alimentos de origem vegetal. Por quê? Porque é necessário cerca de cinco vezes mais terra para produzir proteína animal do que para cultivar a proteína vegetal.


Para a implementação bem sucedida desta transição, é preciso que alimentos de origem vegetal tenham sabor e textura semelhantes aos produtos de base animal, ou que sejam praticamente indistinguíveis. Entretanto, até agora, quase nenhum produto desse tipo chegou ao mercado. Embora a proteína em pó feita a partir de colza (colve-nabiça), soja, ervilhas e batatas já seja usada ??para substituir o leite e os ovos em alguns alimentos, ela muitas vezes tem gosto de feijão ou é sutilmente amarga, o que pode reduzir a aceitação dos consumidores.


Isso motivou os pesquisadores do Instituto Fraunhofer de Engenharia de Processos e Embalagens IVV em Freising, perto de Munique, a procurar alternativas. Eles concentraram suas pesquisas no tremoço, uma planta rica em proteínas e que tem a vantagem de florescer em solo alemão e melhorar naturalmente a qualidade do solo com as suas raízes de ligação de nitrogênio. A produção de alimentos utiliza variedades especiais que contêm apenas vestígios de alcalóides (= 0,02%), as substâncias tóxicas responsáveis ??pelo sabor amargo. Espécies nativas de tremoço de jardim não são aptas para o consumo, devido à quantidade de alcalóide de até 4%.


Os cientistas do IVV desenvolveram novos processos para a extração de proteínas e fibras, a partir do tremoço para a utilização na nutrição humana. O foco da pesquisa era melhorar o sabor dos produtos de tremoço. Quanto a este aspecto, a cientista de alimentos Stephanie Mittermaier alcançou um grande avanço ao identificar os compostos químicos que dão origem aos sabores desagradáveis ??no tremoço. “Com base nessa descoberta é que fomos capazes de desenvolver processos para a remoção dessas substâncias indesejáveis ??nos produtos”, afirma Mittermaier.


Pelo seu trabalho, os cientistas Stephanie Mittermaier, Peter Eisner e Katrin Petersen foram nomeados para o Prêmio German Future 2014.


Este ano, um total de três projetos alemães de Pesquisa e Desenvolvimento foram indicados para o prêmio no valor de € 250.000. O presidente Joachim Gauck conduzirá a cerimônia de premiação em Berlim, no dia 19 de novembro de 2014.

SXC
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