Evento da DWIH fala sobre sistemas complexos


“Não é fácil entender o conceito de sistema complexo.” A afirmação é de Delphine Zemp, PhD no Potsdam Institute for Climate Research (PIK). E ela tem razão.  Especialistas explicam que não existe uma definição universal para o tema.


“De um modo geral, podemos caracterizar um sistema complexo como um fenômeno que não pode ser descrito por uma única teoria simplificada”, explica Christian Schmeltzer, especialista da Humboldt-Universität de Berlim. “Nos sistemas complexos nós geralmente encontramos muitos princípios interagindo em diversas escalas diferentes, de modo que é impossível fazer uma descrição universal.”


Segundo o pesquisador, diversos sistemas complexos apresentam características comuns, como um comportamento emergente que surge a partir da interação de entidades mais simples e não pode ser ligado diretamente às propriedades dos elementos individuais do sistema.


Exemplos de sistemas


Os especialistas explicam que há uma infinidade de redes complexas, como a internet, as redes sexuais, as redes metabólicas e até redes de energia de vários países.


“Grupos sociais podem ser chamados de sistemas complexos em certos aspectos. Enquanto temos uma boa ideia do comportamento de cada pessoa, o comportamento de todo o grupo pode ser completamente imprevisível”, afirma o professor José Marengo, pesquisador do Centro de Ciências do Sistema Terrestre no Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE).


Schmeltzer cita a consciência humana, que supostamente resulta das dinâmicas coletivas de bilhões de neurônios no cérebro, como um bom exemplo. “Um dos problemas fundamentais da neurociência é responder como a atividade neuronal depende de propriedades topológicas da rede de conexões sinápticas. Para este objetivo, os neurocientistas fazem, atualmente, uso extensivo da complexa teoria de rede, originalmente proposta por matemáticos”, afirma.


Marengo concorda. “Somos capazes de compreender e de modelar muito bem o comportamento de cada neurônio único e suas partes, mas a interação entre eles leva a sincronicidades e fenômenos que estão muito longe do nosso entendimento.”


Porém, as redes não são a única forma de entender os sistemas complexos. “Uma vez tendo compreendido seu conceito científico, é fácil para qualquer um chegar a outros exemplos de sistemas complexos”, conclui o especialista.


O 3º Diálogo Brasil-Alemanha de Ciência, Pesquisa e Inovação acontece em 31 de setembro e 1º de outubro, na Biblioteca Mário de Andrade, em São Paulo.


Centro Alemão de Ciência e Inovação – São Paulo

Divulgação DWIH
Divulgação DWIH