Alemã tem teste rápido para diagnosticar ebola


Uma pessoa gravemente doente precisa esperar até seis horas para saber se está com ebola por meio do teste tradicional. Um tempo que faz falta mais tarde, durante o tratamento, e que pode ser crucial para salvar uma vida. Além disso, o teste requer um laboratório com energia elétrica. Assim, o diagnóstico chega tarde demais para muitos doentes na África.


Já o material para um diagnóstico preciso entre os que já faleceram só pode ser recolhido de uma forma complexa: uma agulha precisa coletar sangue diretamente do coração para que o vírus seja identificado. Um teste rápido poderia melhorar muito o tratamento dos doentes e também o encaminhamento dos mortos.


Um diagnóstico rápido desenvolvido pela empresa alemã Senova não precisa de energia elétrica nem de um laboratório para diagnosticar o vírus. “É muito simples. A amostra pode ser recolhida na faringe com um cotonete. Ela é dissolvida numa solução, que é pingada sobre o teste rápido”, explica Tom Halgasch, consultor da companhia Health Focus, responsável pela validação do teste.


O método também funciona se a amostra for coletada de um cadáver. O teste rápido foi desenvolvido em 2012 pela Senova, que tem sede em Weimar. “Mas a empresa não conseguiu validá-lo, pois não tinha acesso às estruturas necessárias”, revela Halgasch.


Enquanto isso, milhões foram repassados a grandes empresas para o desenvolvimento de testes rápidos, acrescenta o consultor. No final de novembro, o governo britânico, por exemplo, anunciou um teste rápido para ebola que apresenta o resultado em 15 minutos.


Em comparação com o teste desenvolvido em 2012, a nova versão da Senova é ainda mais rápida e sensível. Em apenas 10 minutos é possível dizer com 98% de precisão se o vírus do ebola foi detectado.


No entanto, há ainda um último obstáculo. O teste não consegue detectar o ebola se a infecção estiver no estado inicial. Ele só funciona se a doença já estiver avançada, diz Halgasch.


Nova ferramenta


Para ele, os testes rápidos são a peça que faltava na luta contra a epidemia de ebola. “Os protocolos de tratamento exigem normalmente um teste rápido, realizado antes do teste confirmatório”, afirma. Um teste rápido não vale como diagnóstico final. Mas estes demoram horas, além de serem caros.


Na Guiné, por exemplo, apenas dois laboratórios estão equipados para isso. Além disso, dependendo do método, esse exame custa entre 100 e 200 euros. “Muitas vezes o vírus é transmitido durante um enterro. Com o teste rápido é possível verificar se a pessoa morreu de ebola ou não. Se a pessoa faleceu de outra doença, ela ao menos pode ser enterrada normalmente. Isso contribuiria para acalmar um pouco a situação”, afirma Halgasch.


A produção em grande escala das tiras para o teste é relativamente simples. Halgasch diz não entender porque a validação do teste rápido demorou tanto. “É incompreensível, mas ninguém realmente se interessou por isso.”


Atualmente um teste está sendo avaliado com amostras reais em Gueckedou (Guiné). Assim que a avaliação apresentar um resultado de sucesso, a empresa será capaz de oferecer este teste para todas as regiões afetadas. Um teste de rastreio de qualidade tem o potencial para fazer a gestão de quarentena drasticamente mais eficiente e de ser capaz de avaliar imediatamente o risco de infecção, em caso de emergência.


Com informações da DW

Divulgação Senova
Divulgação Senova