A Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) lançou o 11º ConstruBusiness – Antecipando o Futuro, durante o Congresso Brasileiro da Construção no início de março, na sede da entidade. Segundo a publicação, o Brasil investiu R$ 460 bilhões em desenvolvimento urbano e infraestrutura econômica em 2014.
Encomendado pelo Departamento da Indústria da Construção (Deconcic) da Fiesp, o estudo traz uma análise da cadeia produtiva, focando em investimentos para infraestrutura econômica (energia, transportes e telecomunicações) e desenvolvimento urbano (habitação, mobilidade urbana e saneamento), no período de 2015 a 2022.
O estudo mostra ainda que o setor movimenta cerca de 9,1% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional e responde por 52,5% da formação bruta de capital fixo do País. E para que o Brasil atinja um patamar positivo até 2022, são necessários investimentos anuais de R$ 560 bilhões, cerca de 9,8% do PIB nacional.
“É preciso ressaltar o papel fundamental que a indústria da construção civil tem no cenário econômico. Em suas diversas atividades, a cadeia produtiva tem empregado 13% da força de trabalho do País e é responsável por 10% de participação no PIB nacional. Ou seja, é responsável por importantes investimentos na área de infraestrutura, pela geração de empregos e pela movimentação da economia brasileira”, afirmou Paulo Skaf, presidente da Fiesp.
De acordo com os dados do estudo, a média anual de investimentos em infraestrutura econômica entre 2010 e 2014 foi de R$ 184,5 bilhões, cerca de 3,8% do PIB nacional. Para Carlos Eduardo Auricchio, diretor do Deconcic, o impacto disso sobre a competitividade do País é enorme. “Esses investimentos garantem a oferta de serviços de transportes, energia e telecomunicação a custos competitivos a longo prazo, aumentando a produtividade de toda a economia do Brasil”.
Projeções 2015-2002
Na área de transportes, as necessidades de investimentos somam de R$ 45,5 bilhões por ano para rodovias, ferrovias, portos e aeroportos. Além disso, são necessários R$ 47,4 bilhões para a expansão do sistema de geração, transmissão e distribuição de eletricidade e R$96 bilhões para projetos na exploração, produção e distribuição de petróleo e gás.
Já em desenvolvimento urbano, é necessário fomentar e conceder crédito para investimentos. Na área habitacional, o investimento soma R$ 202 bilhões por ano para novas moradias, R$ 104 bilhões para reformas, ampliações e construção de edificações comerciais. No campo da mobilidade urbana, é preciso injetar R$ 12 bilhões anuais para projetos em metrôs e trens. Enquanto R$ 18 bilhões por ano devem ser consumidos para saneamento básico.
“No déficit habitacional, de 2010 a 2013 observou-se uma queda anual de 4,4%, uma redução total de 873,4 mil famílias. Para atender às novas famílias, eliminar a precariedade e reduzir a coabitação será necessária a construção de 11,548 milhões de moradias, cerca de R$ 1,448 milhão por ano, até 2022”, avaliou Auricchio.
Segundo ele, o objetivo do 11º ConstruBusiness é apresentar uma agenda positiva com propostas para aumentar a competividade e desburocratizar o setor, para eliminar os gargalos que a cadeia da construção enfrenta.