Nos dias 09 e 10 de agosto, a Câmara Brasil-Alemanha (AHK São Paulo) realizou o 1º Seminário Brasil-Alemanha de Mineração e Recursos Minerais na cidade de Belo Horizonte no estado de Minas Gerais. A conferência contou com 130 participantes e confirmou a intensa demanda por informações e troca de experiências nesta área entre os dois países.
Além da AHK São Paulo, importantes instituições do setor participaram da abertura do evento, foram elas: a CODEMIG (Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais), a VDMA (Associação dos Fabricantes Alemães de Máquinas e Equipamentos – em alemão: Verband Deutscher Maschinen- und Anlagenbau) e a Embaixada Alemã. Durante sua fala, Marco Antônio Castello Branco, diretor da CODEMIG, ressaltou o grande esforço do estado de Minas Gerais, em criar uma cadeia de geração de valor para as matérias-primas disponíveis, o que também influenciou na localidade escolhida para realização do evento.
Dr. Reinhold Festge, representante da VDMA e conhecedor do Brasil, ressaltou a necessidade de intensificar a qualidade do desenvolvimento de técnicos e, ainda, que o Brasil deve começar a se identificar como uma nação exportadora, já que conta com maquinário de nível de qualidade internacional.
O cenário da mineração no País é bastante vivo, pois conta com quase 8.900 empresas de mineração ativas, sem mencionar a gigante Vale. Entre as 1.233 empresas de médio porte, cada uma produz anualmente entre 100.000 e 1 milhão de toneladas de material. A produção não se limita somente ao minério de ferro, mas engloba também a produção do ouro, bauxita, fosfato, manganês, cobre, diamante, chumbo, terras raras, zinco, entre outras.
Por conta disso, Rolf Fuchs, fundador da consultoria integrativo de Belo Horizonte, acredita que já passa da hora de se importar com as empresas de pequeno e médio porte e em ascensão que, embora não tenham a mesma demanda de empresas de grande porte, ainda necessitam e requerem novos investimentos em tecnologia.
Sven-Uwe Schulz da Agência Alemã de Recursos Minerais (em alemão: Deutsche Rohstoffagentur) do Serviço Geológico Alemão (em alemão: Bundesanstalt für Geowissenschaften und Rohstoffe) destacou a demanda da indústria do país, que tem grande dependência da importação de matéria-prima. Somente do Brasil a Alemanha importou no último ano (2015), 2,13 bilhões de euros em matéria-prima, entre elas minério de ferro (1,35 bilhões de euros), cobre, grafite, pedras preciosas, nióbio, magnesita, estanho e manganês.
O Embaixador Alemão no Brasil, Dirk Brengelmann, não deixou de mencionar que o interesse da Alemanha pelo Brasil não deve se restringir somente o estado de São Paulo, polo industrial e tradicional local de investimentos, e que espera que a conferência sobre Mineração e Recursos Minerais continue a ser realizada anualmente em Belo Horizonte. Concluindo a abertura do evento, Thomas Timm, vice-presidente executivo da Câmara Brasil-Alemanha não escondeu seu otimismo quanto à relação entre os dois países: “Agora é a hora de conversarmos sobre projetos futuros!”.
O 1º Seminário Brasil-Alemanha de Mineração e Recursos Minerais contou com o apoio do Ministério de Minas e Energia e do IBRAM (Instituto Brasileiro de Mineração). Além disso, foi fomentado pelo BMWi (Ministério da Economia e Energia da Alemanha – em alemão: Bundesministerium für Wirtschaft und Energie) por conta de uma decisão do Parlamento Alemão.
Sobre o Centro de Competência Brasil-Alemanha de Mineração e Recursos Minerais:
O 1º Seminário Brasil-Alemanha de Mineração e Recursos Minerais foi organizado pelo Centro de Competência Brasil-Alemanha de Mineração e Recursos Minerais inaugurado pela AHK São Paulo no final de 2015. O Centro é fomentado pelo BMWi (Ministério da Economia e Energia da Alemanha – em alemão: Bundesministerium für Wirtschaft und Energie) por conta de uma decisão do Parlamento Alemão.
Foto: Divulgação AHK-SP/Luciana Rabelo