A Câmara Brasil-Alemanha de São Paulo inaugurou na segunda-feira (12) o seu Departamento de Inovação e Tecnologia (DIT), em evento realizado em sua sede. Participaram da ocasião representantes de empresas associadas e parceiras, colaboradores e convidados.
Sofhia Harbs, Diretora do DIT, apresentou os principais pilares de formação do departamento e suas frentes de atuação durante o evento. Com mediação de Wilson Bricio, Vice-Presidente da AHK-SP e Coordenador de seu Comitê de Inovação e Tecnologia, uma mesa redonda com presidentes de empresas e instituições atuantes no segmento discutiu o cenário de inovação no Brasil e a importância do novo departamento.
O debate envolveu aspectos dos desafios que o setor industrial brasileiro enfrenta em termos de competitividade no mercado mundial. Segundo Ideval Munhoz, presidente da T-Systems Brasil, o DIT será um importante canal para difusão de práticas e tecnologias inovadoras. “Nossa missão é compartilhar com o mercado brasileiro inovações que podem e devem ser aplicadas”, afirma. Maurício Muramoto, presidente da Continental Brasil completa: “O mercado evolui muito. A indústria enfrenta hoje uma situação bastante crítica, que é a perda de competitividade. A inovação é um pilar importante para vencer essa barreira e é o ponto em que devemos investir para solucionar isso”.
Participaram ainda da mesa redonda Livaldo Aguiar dos Santos, presidente das Indústrias Romi, André Ferrarese, gerente mundial de inovação em componentes de motor da Mahle, e Jefferson de Oliveira Gomes, gerente executivo de inovação e tecnologia do SENAI DN (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial – Departamento Nacional). O consenso entre todos, entusiastas da iniciativa da Câmara Brasil-Alemanha com a implantação do DIT, foi de que a inovação é a base para o avanço do desenvolvimento tecnológico brasileiro, com soluções brasileiras. Outro ponto de concordância foi a necessidade de incentivar o sistema de ensino dual e também técnico, que favorece a formação profissional de que o setor industrial tanto carece.
Atuação prática
As ações do DIT terão foco na superação da falta de competitividade que atinge diretamente empresas instaladas no Brasil. “Por meio de ações para difundir boas práticas de gestão tecnológica e de inovação, bem como de catalisação de alianças tecnológicas entre entidades de ciência, tecnologia e inovação do Brasil e da Alemanha, a ideia é estimular o aumento de competitividade da indústria seguindo o bem-sucedido modelo alemão. Isso representa uma grande oportunidade para apoiar as pequenas e médias empresas brasileiras que vão poder buscar parcerias com organizações de porte similar na Alemanha e instituições em ambos os países, visando o desenvolvimento local de produtos, tecnologias e processos que venham ao encontro dos atuais desafios do Brasil”, explica Wilson Bricio.
O novo departamento contribuirá para o enfrentamento das principais dificuldades do processo de geração de inovação no País, por meio de transferência de tecnologias e troca de conhecimento entre empresas e instituições brasileiras e alemãs. “A Alemanha é o país-referência no mundo para questões que envolvem inovação, desenvolvimento de tecnologia e investimentos em pesquisa”, afirma Weber Porto, Presidente da AHK-SP. “A criação do novo Departamento acontece em um momento em que o próprio governo brasileiro passou a priorizar o tema, aproximando-se de instituições alemãs consideradas modelo neste campo”, complementa.
Ações estratégicas
Uma série de acordos de cooperação já foi firmado entre o DIT e entidades, como a Associação Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento das Empresas Inovadoras (Anpei) e a Associação Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), com as quais já são desenvolvidas atividades voltadas à qualificação profissional, intercâmbio de experiências, desenvolvimentos e pesquisas junto às instituições de pesquisa. “Existe uma série de oportunidades de inovação conjunta de produtos e soluções tecnológicas por meio de nossos parceiros. O trabalho do DIT visa aproximar empresas dessas entidades e viabilizar a inovação onde ela é mais necessária”, sintetiza Sofhia Harbs.
A criação do DIT ocorre em um momento em que a comunidade empresarial está cada vez mais consciente da importância da inovação e em que ocorrem importantes colaborações entre entidades brasileiras e alemãs com vistas ao progresso científico. Harbs destaca o desenvolvimento da Embrapi (Empresa Brasileira de Pesquisa Industrial) baseada no modelo alemão do Fraunhofer, para fomentar inovação junto a pequenas e médias empresas; o Programa Ciência sem Fronteiras, que prevê o envio de dois mil universitários, mestrandos e doutorandos para aprimoramento acadêmico em instituições alemãs; e também a abertura do primeiro escritório da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) na Alemanha, atividades que, em sua visão, vão fomentar inovação em diferentes cadeias.