No esforço de países e empresas para reduzir as emissões de gases do efeito estufa, o Hidrogênio Verde desponta como um dos principais caminhos para a descarbonização global e como uma grande aposta da Alemanha. E o Brasil tem potencial para se tornar um dos – se não o maior – player do mercado de Hidrogênio Verde do mundo.
Nas últimas semanas uma série de ações apoiadas pela GIZ (Deutsche Gesellschaft für Internationale Zusammenarbeit) foram realizadas com o objetivo de dar início à construção de um ecossistema de inovação local para o Hidrogênio Verde. Entre as ações, destacam-se a realização de um workshop para ideação e priorização de projetos estruturantes, um mapeamento de institutos de pesquisa e startups que tenham sinergia com o tema e um hackathon a fim de sensibilizar estudantes, empreendedores e especialistas sobre a importância e urgência da pauta.
O workshop, realizado entre 19 e 20 de abril, em parceria com o SENAI CIMATC, contou com a participação de mais de 80 representantes de diversas empresas que já estão olhando para o tema e instituições de fomento à pesquisa, desenvolvimento e inovação. Durante o workshop foram abordados os desafios para tornar a produção do Hidrogênio Verde viável, entre eles a redução dos custos associados à cadeia, às políticas de regulamentação e ao preparo da estrutura produtiva para o aumento da demanda externa. A importância da área de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) para a estruturação dessa cadeia é essencial, porém os projetos existentes observados se encontram em fase de amadurecimento. Também foram identificadas agências de regulamentação e fomento já com projetos relacionados ao tema e, ainda, fomentos não específicos ao hidrogênio que também já podem ser aplicados.
Por meio do mapeamento, também realizado em parceria com o SENAI CIMATEC, foram identificados: 30 centros de pesquisa, dentre os quais, os principais apontados foram USP, UFSCar e UNICAMP; 112 pesquisas, das quais 82% focam na etapa de geração do Hidrogênio, 13% na aplicação e 2% na logística, sendo 3% delas mistas; e 37 patentes relacionadas ao Hidrogênio, sendo 76% delas relacionadas à geração e 24% envolvendo sua aplicação. Portanto, pode-se inferir a necessidade de maiores esforços nas etapas minoritárias, como armazenamento e logística.
Já o hackathon, realizado em parceria com a FIAP, apoiou o desenvolvimento de 13 equipes formadas por estudantes, pesquisadores, empreendedores e empresários das mais diversas áreas e com diferentes níveis de conhecimento sobre o tema. A ideia vencedora propôs o uso de algas marinhas geneticamente modificadas para geração de hidrogênio por meio de efluentes industriais, transformando um passivo ambiental em produtos de alto valor agregado. Já a segunda colocada teve como objetivo a geração de hidrogênio verde por meio da fermentação escura de certas matérias, sendo potencialmente mais atraente quanto ao custo de produção e mais sustentável quando comparado com os métodos tradicionais.
Sobre a Aliança Brasil-Alemanha para o Hidrogênio Verde:
Formada pelas Câmaras Brasil-Alemanha de São Paulo e do Rio de Janeiro, a Aliança Brasil-Alemanha de Hidrogênio Verde foi criada com o objetivo de reunir empresas e a comunidade científica para discussões acerca do tema, fomentando o networking e a identificação de oportunidades e novas cooperações.
Unindo a ampla rede de contatos das duas instituições a sua experiência em assuntos relacionados à energia e à transição energética, a Aliança vem contribuindo amplamente para o desenvolvimento do potencial brasileiro para o Hidrogênio Verde.