Em seminário realizado nesta quinta-feira (11), o Coordenador de Projetos da Assessoria Especial de Futebol do Ministério do Esporte, Joel Benin, mostrou como o País está se preparando para a Copa do Mundo de 2014 e para as Olimpíadas de 2016. O evento, promovido pela Câmara de Comércio e Indústria Brasil-Alemanha de São Paulo (AHK) e TozziniFreire Advogados, em São Paulo, reuniu especialistas do setor privado e representantes do setor público para debater as oportunidades que os dois maiores acontecimentos esportivos devem gerar no País nos próximos anos e como o governo está se preparando para eles.
Benin garante que os preparativos não visam apenas à economia e ao turismo. “Grandes eventos esportivos são também uma oportunidade para a promoção da imagem do país-sede”, declara.
Com a Copa e as Olimpíadas o governo federal pretende mobilizar o Brasil inteiro, promover a imagem do País no mundo, gerar um salto de qualidade nos serviços, modernizar a infraestrutura e construir arenas que possam ser usadas para outras finalidades após os eventos.
Infraestrutura
De acordo com Benin, somente o mundial gerará R$ 47 bilhões em benefícios econômicos diretos. Os investimentos já aprovados até o momento totalizam R$ 25 bilhões e serão destinados aos 83 projetos do governo nas áreas de mobilidade urbana, hotelaria, estádios, portos e aeroportos. Projetos de segurança, tecnologia da informação (TI), energia, saúde e qualificação profissional também devem receber verba nos próximos anos.
Mais de 50 projetos de mobilidade estão em andamento nas 12 cidades que sediarão os jogos. O setor será o segundo maior beneficiado depois da construção civil e receberá um investimento total de R$ 11,6 bilhões.
A modernização dos aeroportos de Viracopos, em Campinas, e Internacional de Guarulhos, em São Paulo, devem ficar prontos no final de 2013.
“Muitos projetos já estavam previstos no PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) e foram acelerados com os preparativos para a Copa”, afirma o representante do Ministério do Esporte.
Contraponto
Para Fernando Sampaio, Sócio-Diretor da LCA Consultores, e Oliver Döhne, correspondente da Germany Trade & Invest no Brasil, os desafios que o País enfrentará para realizar tudo o que está planejando serão inúmeros.
Sampaio diz que há uma tendência de superestimar os impactos socioeconômicos dos dois megaeventos, mas que os gargalos na infraestrutura ainda são muito grandes. Ele diz que o Brasil está investindo mais do que a África do Sul, que sediou a Copa de 2010, porém menos do que a Alemanha, que realizou com sucesso a Copa de 2006.
Döhne acredita que ainda falta muito para as 12 cidades-sede estarem prontas para a Copa. Segundo ele, Rio de Janeiro e São Paulo, as duas maiores cidades do País, ainda enfrentam muitos problemas com o transporte e com a violência.
Além disso, cidades como Belo Horizonte, Fortaleza e até mesmo o Rio de Janeiro não têm uma rede hoteleira adequada para atender aos turistas. Ele ainda salienta que Manaus (Amazonas), que deveria ser o símbolo da Copa Verde, ainda enfrenta problemas com o saneamento e depósito inadequado do lixo em rios.