Na última quinta-feira (30), a Câmara Brasil-Alemanha de São Paulo (AHK São Paulo) recebeu a visita do Ministro da Indústria e Comércio do Paraguai, Gustavo Leite, e sua comitiva do Ministério de Comércio e Indústria do Paraguai. A visita foi organizada em conjunto com os colegas da Câmara de Comércio de Indústria do Paraguai (AHK Paraguai), Sr. Andreas Ens e Dr. John-Wesley Löwen, presidente e gerente da AHK Paraguai, respectivamente.
Leite participou da reunião de diretoria da AHK São Paulo e concedeu uma entrevista à equipe do BrasilAlemanha News, que pode ser conferida na íntegra:
O Paraguai se encontra atualmente em uma fase de rápido crescimento econômico. Quais as razões para isso?
Acho que estamos finalmente capitalizando sobre nossa estabilidade. Em mais de 15 anos, temos um presidente que decidiu abrir o Paraguai ao mundo, que decidiu tomar nosso protagonismo em nossas mãos. Decidimos fornecer alimentos para o mundo, ser a fábrica da região com uma competitividade única e também ser o centro vibrante de nossa hidrovia, do eixo de economia do Mercosul. Então isso está começando a se capitalizar agora.
Como se compõe a econômica do Paraguai atualmente e quais os setores que estão fortes no momento?
A economia do Paraguai deve ser 50% comércio e serviços, incluindo imobiliário; 30% agricultura, 13% indústria e 7% do governo. Mas o setor industrial e o setor de infraestrutura e imobiliário estão crescendo em ritmo acelerado. Esses são os motores hoje do Paraguai.
O Paraguai anunciou que quer promover intensamente o investimento estrangeiro. A Bosch, por exemplo, é uma empresa que está analisando essa possibilidade de relacionamento. O que torna o país atraente?
O Paraguai é competitivo. Acho que o nome do jogo hoje no mundo é fazer aquilo que a sua concorrência faz na mesma qualidade, mas com menor custo. É isso que o Paraguai está dando para as empresas multinacionais, não é só a Bosch que está estudando, a Leoni AG da Alemanha já se instalou no Paraguai, está fazendo autopeças para exportação para suas empresas que comprem deles no Brasil, a Imperial Shipping número um da logística já fez o seu recorte regional no Paraguai. Já está acontecendo e não apenas empresas só da Alemanha, mas japonesas, coreanas, brasileiras, americanas. Estão encontrando no Paraguai um centro de competitividade que é imbatível.
O Paraguai tem como objetivo estruturar o desenvolvimento do país. Quais setores especificamente você espera angariar para o Paraguai?
Estamos fazendo um forte investimento em infraestrutura. Você sabe que se não temos infraestrutura acompanhando esse desenvolvimento econômico, não vamos conseguir sustentabilidade. Logo acho que indústria, imobiliário e logística, estão crescendo muito no Paraguai nessa visão de alimentos para o mundo, fabrica da região e centro vibrante de hidrovia.
Os investidores necessitam, além de uma boa estrutura, uma mão de obra qualificada. O que o Paraguai faz para que essas empresas internacionais, que desejam se instalar no país, também encontrem uma mão de obra treinada?
Nós estamos investindo forte na educação cientifica. Queremos quintuplicar o número de engenheiros para 2018, estamos nesse negócio com universidade nacional, mas, na mão de obra menos qualificada, nós trabalhamos com o serviço nacional de qualificação e treinamento, similar ao SENAI do Brasil, que treina os operários segundo o pedido, o taylor made das empresas. Um exemplo que eu sempre falo é a Leoni, que é alemã, que veio para o Paraguai, escolheu os melhores jovens, levou-os para o México, para uma das fábricas deles, treinaram eles, e esses rapazes voltaram dois meses depois e viraram monitores para o treinamento de outros. Então temos também uma inovação acontecendo no sistema de treinamento do Paraguai, e isso é muito bom.
Para conferir a entrevista em vídeo, clique aqui: http://bit.ly/29eBfJP
Foto: AHK São Paulo/Carlo Ferreri