A Câmara Brasil-Alemanha de São Paulo (AHK São Paulo), em parceria com o Centro Alemão de Ciência e Inovação (DWIH-SP), fechou o ano de 2016 com um importante lançamento na esfera da inovação: o 1º Guia Brasil-Alemanha de Inovação
A publicação inédita, lançada no último dia 15 de dezembro, tem como principal propósito reduzir a distância entre o conhecimento científico gerado dentro das instituições de ciência e pesquisa e o know how do setor empresarial no campo da inovação. O Guia de Inovação está dividido em cinco seções: startups, fomentos, oportunidades, projetos bilaterais e instituições de ciência, tecnologia e inovação (ICTIs).
Marcio Weichert, coordenador do DWIH-SP, lembra que, como um todo, o setor privado no Brasil investe pouco em pesquisa, seja por receio em fazer o investimento em um ambiente de negócios instável, seja por falta de acesso aos agentes de pesquisa. “Um dos caminhos para superar esse cenário é aproximar o setor científico da iniciativa privada e oferecer esse serviço de pesquisa em parceria, ou seja, com a empresa e a instituição científica trabalhando juntas, como prevê o Marco Legal de Ciência, Tecnologia e Inovação. Por isso, o DWIH-SP vislumbra que com o Guia as instituições de pesquisa da Alemanha, com experiência e histórico de trabalho com a iniciativa privada, possam colaborar com esse esforço pela inovação no Brasil. O nosso trabalho é aproximar as ICTIs da iniciativa privada e assim gerar contatos e projetos conjuntos”, explica Weichert.
A seção Startups, ilustrada com casos bem-sucedidos em diversas áreas, convida o leitor para conhecer um pouco mais sobre o cenário de startups nos dois países, ressaltando que as universidades brasileiras passaram a contemplar disciplinas de empreendedorismo somente na última década.
Em Fomentos, o Guia presta outro importante serviço ao compilar informações sobre a legislação no campo da inovação, com destaque à Lei 13.243, de janeiro de 2016, que compreende o Marco Legal da Ciência, Tecnologia e Inovação. Essa seção traz ainda uma visão geral dos incentivos brasileiros e alemães à inovação e a atuação de algumas instituições de fomento.
A seção Oportunidades Brasil-Alemanha apresenta dados e fatos, visão das empresas e das ICTIs de nove segmentos: agrobusiness, biotecnologia, cidades inteligentes, energia, Indústria 4.0, infraestrutura, mobilidade, saúde e tecnologia da informação.
Em Projetos Bilaterais, a publicação destaca a parceria teuto-brasileira na área de inovação, iniciada com a assinatura do Acordo-Quadro de Pesquisa Científica e Desenvolvimento Tecnológico, em 1969, e fortalecida com o estabelecimento das Consultas de Alto Nível Brasil-Alemanha, em 2015, durante a visita da chanceler Angela Merkel ao país. Diversos projetos binacionais, com participação tanto de instituições de pesquisa quanto de empresas, demonstram neste capítulo que a cooperação neste ambiente é possível.
A quinta e última seção, Instituições de Ciência, Tecnologia e Inovação, reúne dados, como endereço, contato e campos de atuação e competências das principais instituições de CT&I brasileiras e alemãs interessadas no encontro entre os setores econômico e científico.
Sobre a distância entre o que se produz nas instituições de pesquisa e as demandas econômicas e de mercado, Bruno Vath Zarpellon, diretor de Inovação e Tecnologia da Câmara de Comércio e Indústria Brasil-Alemanha de São Paulo, ressalta o trabalho conjunto da AHK e do DWIH-SP como um exemplo de que é possível estreitar cada vez mais esses dois setores. “No momento em que promovemos o contato entre diretores de inovação de empresas alemãs e pesquisadores de universidades e institutos de pesquisa, contribuímos para reduzir essa distância. E o desenvolvimento de produtos como o Guia é um exemplo de que essa aproximação não só é possível, como necessária”.
Diante de um cenário político e econômico pouco animador para o setor privado, Zarpellon defende uma abordagem da inovação pelo viés da competitividade das empresas.
“O Guia tem a função de auxiliar instituições brasileiras na identificação de eventuais parceiros alemães, da mesma forma que facilitará a pesquisadores alemães a busca por parceiros brasileiros. Afinal, o Brasil também possui expertise em certas áreas, à frente da Alemanha”, complementou Marcio Weichert.
A publicação também está disponível online em versão PDF: http://bit.ly/2h24nY0