CBAI 2019: Segundo dia de Congresso discute mobilidade urbana e inovação na educação

O segundo dia do 7º Congresso Brasil-Alemanha de Inovação foi marcado por debates sobre o papel da inovação e das tecnologias emergentes nos setores de mobilidade urbana e educação. O evento serviu ainda de palco para a competição Startup World Cup.

“Em sua sétima edição, o Congresso Brasil-Alemanha de Inovação apresentou uma grade de ricos debates e networking, unindo empresas, startups e instituições de ensino para discutir inovação em todos os seus âmbitos”, afirmou Bruno Vath Zarpellon, Diretor de Inovação e Tecnologia da Câmara Brasil-Alemanha.

Responsável pela abertura do evento, Jens Gust, Cônsul Adjunto do Consulado Geral da Alemanha em São Paulo, celebrou o histórico de parceria entre Brasil e Alemanha no campo da inovação e citou a importância de reformas políticas para criar cenários mais férteis para o desenvolvimento. “O incentivo à inovação está em boas mãos no Brasil com a presença da AHK, do DWIH e de tantas empresas alemãs no Brasil. Mesmo em tempos de crise, não podemos ficar esperando o melhor tempo, mas sim enfrentar a crise e fazer o melhor na situação. Nossa torcida é que as anunciadas reformas na economia sejam aprovadas e aplicadas o mais rápido possível para que o Brasil tenha uma agenda política positiva”, afirmou.

Em seguida, Stefan Kohlwes, Project Advisor da DIHK (Confederação Alemã das Câmaras de Comércio e Indústria), afirmou que as mudanças para um cenário de mobilidade urbana já estão lentamente iniciadas, mas que ainda é difícil entender como isso será aplicado. “O sucesso da mobilidade urbana ainda esbarra na barreira da infraestrutura”, refletiu, completando: “Precisamos ampliar o acesso a oferta de veículos mais sustentáveis, transportes públicos mais eficientes e uma malha de ciclovias mais abrangente para bicicletas e outros meios de transporte”, afirmou.


Painel: O papel da inovação e das tecnologias emergentes para a mobilidade urbana sustentável

Segundo dados do Germany Trade & Invest (GTAI), a cada 5 carros do mundo, 1 carrega uma marca alemã. Estes dados reforçam a força do empresariado alemão no setor de mobilidade urbana. Sergio Magalhães, Diretor Geral de Ônibus América Latina, da Mercedes-Benz, lembrou que não se pode falar em mobilidade urbana sem passar pelo investimento em transporte coletivo de qualidade. “A mobilidade precisa ser planejada junto com a cidade, e não depois. E a tecnologia é a chave para convivermos de forma harmoniosa com as cidades. Ao melhorar o transporte coletivo, a vida de milhões de pessoas é impactada”, afirmou. No debate, Luan Ferraz Chaves, Analista de Políticas Públicas e Gestão Governamental da Secretaria Municipal de Mobilidade e Transportes de São Paulo, revelou que entre a metas para 2030 estão a renovação da frota para 100% de veículos acessíveis e com acesso a internet.

“Se eu quiser antecipar soluções, não posso pensar apenas no problema do meu cliente, mas também no problema de seus clientes. Só assim se inova e constrói um cenário de soluções disruptivas”, afirmou Erwin Franieck, Gerente de Desenvolvimento da Bosch. Ele destacou ainda que a mobilidade urbana tem grandes desafios pela frente, mas que podem – e devem – ser superados. “Inovação não é criar ideias e deixá-las morrer antes de chegar ao fim. É persistir na solução de problemas reais até torná-la viável”, declarou.

Apresentando soluções de micromobilidade, Marcelo Loureiro, Co-fundador da Grow, acrescentou ao debate informações sobre o conceito de inovação social e como gerar valor compartilhado. “Não dá para falar de mobilidade urbana sem falar de mobilidade humana. O ser humano deve sempre ser o foco”, pontuou. Ao oferecer o uso de patinetes e bicicletas compartilhadas, a empresa cria um cenário positivo para todos os envolvidos: o usuário ganha tempo, não polui e ainda obtém maior interação com a cidade. A cidade, por sua vez, é beneficiada com a diminuição da poluição e a oportunidade de redesenhar o mapa viário.


Painel: O papel da inovação e das tecnologias emergentes no setor da educação

Mediado por Maite Leite, Chief Country Officer e Head of Global Transaction Banking do Deutsche Bank Brasil, o segundo painel do dia discutiu as tendências de inovação no setor de Educação.

Wagner Sanchez, Diretor Acadêmico de Graduação da FIAP, lembrou aos participantes que a tendência do ensino digital não se limita a EAD, mas em “apresentar um conteúdo aplicado ao dia a dia, que permita que o aluno veja uma causa no conteúdo”.  Partindo deste conceito de ter o estudante como protagonista, Daulins Emilio, Head da Bertelsmann Brasil, destacou a tendência do ensino adaptativo. “O esforço que temos feito vem de Data Science, para entender como o aluno utiliza as plataformas e reage ao conteúdo. Isso significa não apenas identificar os gaps de conteúdo de cada aluno, mas adaptar o conteúdo para criar uma estrutura de ensino individualizado”, explicou.

Neste cenário, o papel do educador também precisa ser repensado. Em sua apresentação, Marcelo Milani, Coordenador de Tecnologias Educacionais do Colégio Humboldt, discutiu como a digitalização exige que os professores busquem novas competências. “Muitos professores perguntam se a tecnologia vai substituí-los. Não vai. Mas certamente o professor que usa tecnologia vai substituir o que não usa”, refletiu.

Painel: Ecossistema Paulista de Inovação

O terceiro painel do dia reuniu especialistas de diferentes setores para discutir o impacto da digitalização para os investimentos organizacionais e para o desenvolvimento de startups.

“Evolução não é um momento, ela é permanente”, afirmou Fabiano SantAna, Chief Digital Officer da BASF South America. A velocidade do mundo digital trouxe transformações não só na área tecnológica, mas também sociais e culturais. Este cenário move as organizações a refletirem sobre sua presença no mercado. Para SantAna, o melhor momento para refletir o negócio é quando ele estiver no seu ápice, pois quando enfrentada a queda, o tempo é curto para a reflexão. “O empreendedor tem muita dificuldade de entender o ecossistema em que está inserido, pois está muito focado no operacional, no seu segmento de trabalho.”

De modo unânime, os painelistas concordaram que a cidade de São Paulo é solo fértil para o crescimento de novos negócios. Franklin Ribeiro, Head Startup Ecossystem da Investe São Paulo, destacou como o investimento em inovação pode ajudar novos negócios a ganharem espaço. Ele acredita que com a disseminação de informação e com a aproximação entre empresas e universidades, o ecossistema de startups só têm a ganhar. “A inovação não sai do nada, eu não crio nada sem algo anterior, eu crio algo por conexões por meio de outras áreas conhecimentos”, falou Vitor Magnani, Head of Public Affairs da Loggi e Presidente da Associação Brasileira Online to Offline.

Um dos integrantes do painel, Jefferson de Oliveira Gomes, Diretor-Presidente do IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas), acrescentou ao debate dados que comprovam que São Paulo é uma cidade com oportunidades infinitas de investimento, principalmente pelo seu número de profissionais com alto nível superior e que fazem a diferença para a inovação. O Diretor-Presidente afirmou ainda que “a crise é uma oportunidade forte” para quem souber aproveitar as oportunidades que são abertas no mercado.

Palestra: O Papel da Diversidade na Inovação

“Em um futuro diverso, apenas as empresas diversas sobreviverão”. Citando Cristina Palmaka, Presidente da SAP, Fernando Cunha, Especialista de produtos da SAP e Líder da Rede Pride@SAP, palestrou sobre o conceito de Diversidade e sua importância no ambiente corporativo.

“É quando os funcionários sentem que estão sendo tratados com justiça e respeito e têm o sentimento de valor e pertencimento, além da oportunidade de inspirar uns aos outros. Essa inspiração coletiva é impulsionada por diversas ideias liberadas por comportamentos inclusivos”, explicou. Ele ainda apresentou os projetos da empresa para promover um ambiente com mais equidade de oportunidades e respeito.

“No universo de inovação e startups, que buscam resolver problemas, nada é mais sensato do que pensarmos com diversas cabeças e de maneira mais diversa. A Câmara Brasil-Alemanha valoriza e promove a diversidade e por isso trouxemos um tema tão importante como a diversidade para este congresso”, afirmou Zarpellon.

Clique aqui para conferir os destaques do primeiro dia de painéis do 7º Congresso Brasil-Alemanha de Inovação

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