Buscando um balanço de 2020 e as perspectivas para o ano de 2021 do empresariado alemão no mundo, a Confederação Alemã das Câmaras de Comércio e Indústria (DIHK) realizou mais uma edição de sua tradicional pesquisa AHK World Business Outlook no mês de outubro.
Os resultados do estudo, que contou com a participação de 30.000 empresas associadas à rede de Câmaras alemãs global, foram divulgados na semana passada e trouxeram a avaliação em relação aos reflexos da crise causada pela pandemia do Coronavírus na economia mundial e nas expectativas de recuperação econômica para os próximos 12 meses.
Em relação à última pesquisa, realizada em julho deste ano, os resultados foram mais positivos. Contudo, os índices ainda são bastante inferiores comparados ao patamar pré-crise.
Os setores de indústria e comércio melhoraram, enquanto os de prestadores de serviço relataram piora na situação comparado ao início do verão europeu. Essa queda é atribuída à redução de demanda doméstica e internacional.
Por essas razões, as empresas têm expectativas de negócios moderadas. Apenas 37% dos estabelecimentos alemães acreditam em um retorno às atividades comerciais normais a partir do segundo semestre de 2021. O setor mais otimista é o industrial, ainda que a expectativa seja de médio prazo. 42% das empresas não esperam que os negócios se normalizem antes desse período.
Por outro lado, empresas de prestação de serviços como salões de beleza, academias de ginástica e agências de turismo são as mais afetadas pela crise e não acreditam em uma recuperação rápida.
Os impactos da pandemia foram responsáveis por uma queda drástica no número de exportações alemãs no segundo trimestre de 2020. Além disso, as empresas estão trabalhando com orçamentos reduzidos, o que também diminuiu as intenções de investimentos. 34% das companhias pretendem investir menos nos próximos meses.
Entre os participantes brasileiros, 54,2% das empresas avaliam a situação atual de seus negócios como satisfatória, em contraste com 8,4% que consideram a situação ruim. As expectativas de recuperação econômica nos próximos 12 meses também são otimistas, com 66,3% dos entrevistados acreditando na melhora durante esse período.
Quanto ao prazo para a recuperação da conjuntura no Brasil, a maior parte das empresas respondentes aposta em 2021 (39%), enquanto 36,6% acreditam que ela só ocorra em 2022. 18,3% consideram que o processo será mais longo do que isso.
Ainda segundo as empresas, as principais medidas adotadas para superar a crise do Coronavírus foram a redução de custos (69,6%), a aceleração na digitalização da companhia (55,7% e o cancelamento ou postergação de investimentos (44,3%).
O resumo dos resultados da pesquisa está disponível por meio desse link (material em alemão).