São muitos os desafios do Brasil para se tornar um País sustentável, e nesse caminho, há também muitas oportunidades para a indústria. Essa é uma das principais mensagens do Congresso Ecogerma 2012, que começou nesta quarta-feira (27). Considerado uma das principais plataformas para discussão sobre a sustentabilidade, o evento traz uma perspectiva do futuro da economia verde no País e exemplos de como a indústria está aplicando conceitos que minimizem os impactos ambientais na prática, além de destacar iniciativas do governo e instituições empresariais, com foco na ecoeficiência.
Organizado pela Câmara Brasil-Alemanha de São Paulo (AHK, na sigla em Alemão), o evento reúne especialistas ambientais e representantes do setor privado, além de instituições dedicadas ao meio ambiente e sustentabilidade.
Nesse contexto, o congresso contou com a participação da diretora e vice-presidente do Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS), Mariana Meirelles, que apresentou um estudo prospectivo, cujo propósito é apresentar uma visão de futuro sustentável e qual o caminho possível para alcançá-lo.
Com o objetivo de se tornar base para o planejamento estratégico das empresas brasileiras, a "Visão 2050 – A Nova Agenda de Negócios para o Brasil" é resultado de um trabalho conjunto entre organizações, instituições acadêmicas, ONGs, representantes do governo, além de especialistas ambientais. O documento é avaliado como "uma contribuição do setor empresarial para a sociedade brasileira na busca do desenvolvimento sustentável”, explicou a representante da CEBDS.
Ampliar a educação e a capacitação para empregos verdes, incentivar a inovação em tecnologias limpas, reduzir drasticamente a taxa de desmatamento e das emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE), possibilitar o acesso universal à mobilidade, investir na diversificação das fontes de energia limpas, criar linhas de financiamento sustentáveis e estímulos para a economia local e solidária são algumas das medidas apontadas no documento.
Nesse processo, as mudanças também representam novas oportunidades para indústria, principalmente para as empresas do setor de energia.
"O Brasil tem o maior potencial do mundo em termos de geração de energias renováveis, do qual somente 30% está sendo utilizado", afirmou o especialista da TÜV Rheinland, Sebastián del Valle Rosales. Em sua opinião, o País precisa investir na chamada Energiewende (revolução energética). Ao contrário da Alemanha, que usa o termo para se referir ao plano adotado pelo governo para abandonar a energia nuclear e expandir o setor de energias renováveis, no Brasil esse fenômeno implica principalmente no aumento das fontes de energias sustentáveis, utilizando assim todo o potencial brasileiro.
Com a crescente demanda energética, o desafio atual é desenvolver formas sustentáveis de produção e distribuição de energia para atender as necessidades do País. Para tanto, indústria e governo precisarão fazer investimentos bilionários no setor.
"O País precisa aumentar em 3% a sua capacidade energética a cada ano para continuar seu desenvolvimento econômico. Para alcançar isso, até 2022, o Brasil vai precisar investir R$ 385 bilhões na geração de energia, R$ 955 bilhões em petróleo e gás e R$ 400 no transporte", calcula o especialista da TÜV.
O Congresso Ecogerma 2012 acontece até quinta-feira (28) e reserva ainda um intenso debate dos temas centrais da agenda bilateral Brasil-Alemanha a respeito da sustentabilidade. Em seu último dia, o evento trará uma mesa-redonda sobre a democratização da produção e a distribuição de energia. I
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