Na última sexta-feira (18), a Diretoria da Câmara Brasil-Alemanha de São Paulo se reuniu digitalmente para discutir as perspectivas econômicas diante do cenário de pandemia da Covid-19. O encontro contou com a presença dos embaixadores Heiko Thoms, Embaixador da República Federal da Alemanha no Brasil, e Ignacio Ybáñez, Embaixador da União Europeia no Brasil, que traçaram um panorama a respeito do acordo de livre-comércio entre União Europeia e Mercosul.
Em sua fala, o Embaixador Ybáñez destacou a importância dos avanços a respeito do acordo. “Este acordo não apenas envolve 25% do comércio mundial, mas também levará a relação das duas regiões, que já é bem intensa, a um outro patamar. Este é um acordo de cooperações políticas, reforçando o diálogo para manter elementos de direitos humanos, sustentabilidade, imigrações e mudanças climáticas, levando a uma relação ainda mais profunda do que a que já construímos até aqui”, afirmou.
Ybáñez reforçou ainda que o acordo é bastante moderno e abrangente, e que as reformas que vão chegar por meio dele serão vantajosas para o Brasil. Segundo ele, a participação do setor privado tem se mostrado um grande diferencial para o avanço no diálogo. “O diálogo com o Governo Brasileiro foi visivelmente influenciado pelo setor privado. O engajamento das empresas nas discussões já tem gerado efeitos”, declarou.
Assim como nas edições anteriores da Reunião de Diretoria, uma pesquisa de conjuntura foi realizada digitalmente com todos os membros para apontar a percepção do empresariado alemão a respeito do cenário brasileiro. Cerca de 49% dos respondentes avaliaram a situação do seu segmento como satisfatória. A baixa demanda segue como o principal desafio para os negócios atualmente, sendo apontada por 56% dos respondentes. Em segundo lugar ficou o enfraquecimento da cadeia de fornecedores, indicado por 12% dos respondentes.
A expectativa para a recuperação pós-crise tem se mantido otimista, com 46% dos participantes sinalizando que acreditam que suas empresas atingirão em 2021 o nível de faturamento pré-crise. Questionados sobre demissões, 77% responderam que não preveem redução do quadro de funcionários em 2020.
A expectativa a respeito do Acordo de Livre Comércio entre a União Europeia e o Mercosul se mostrou alta: 66% dos respondentes afirmaram que seus negócios serão beneficiados pelo acordo. Entretanto, 69% declarou que estimam que o acordo demorará mais de 2 anos para começar a vigorar.