Empresas da iniciativa RedEE Indústrias evitam o consumo de 38,12 GWh/ano com ações de eficiência energética

O Ministério de Minas e Energia (MME) apresentou, na quarta-feira (10/11), os resultados obtidos pela Rede de Aprendizagem em Eficiência Energética e Gestão de Energia na Indústria (RedEE Indústrias), projeto realizado em parceria com a Deutsche Gesellschaft für Internationale Zusammenarbeit (GIZ) GmbH e a Câmara Brasil-Alemanha de São Paulo (AHK São Paulo).

A RedEE Indústrias foi criada com intuito de fomentar a eficiência energética, por meio da capacitação e troca de conhecimento entre indústrias de diferentes segmentos. Ao longo de 12 meses, a iniciativa ofereceu acompanhamento técnico e análise do consumo de energia para implementação de medidas de eficiência energética e uso de fontes renováveis.

A coordenadora-geral de Eficiência Energética do MME, Samira Sana, apresentou detalhes do Plano Decenal de Expansão de Energia 2030 (PDE2030) e a importância de estratégias de redução de consumo energético. “A eficiência energética abaterá 17 milhões de toneladas equivalentes de petróleo em 2030, o que corresponde a 5% do consumo final energético brasileiro”, afirmou Samira.

Segundo ela, o grande desafio para alcançar números ainda mais expressivos é o engajamento do setor industrial no tema. “A eficiência energética ainda não é vista como prioridade, e muitas instituições perdem a oportunidade de reduzir sua demanda energética, porque desconhecem seu consumo de energia. Algumas medidas são relativamente fáceis e rápidas de serem implementadas, além de custarem pouco ou nada, como mudanças comportamentais”, ressaltou.

A representante do MME explicou que as empresas participantes definiram metas e ações de curto e médio prazos, como adequação de projetos de recuperação de calor, substituição de bombas de circulação de água, substituição de luminárias fluorescentes por luminárias de Led, entre outros. “A iniciativa forneceu também capacitação técnica de alto nível acerca de diversos temas relevantes para o entendimento do mercado de energia nacional, além de metodologias de planejamento e desenvolvimento de projetos de eficiência energética”, concluiu Samira. 

Kristina Kramer, da Parceria Energética Brasil-Alemanha por meio da GIZ, agradeceu o engajamento de cada empresa na iniciativa-piloto. “Atrás de cada representante que participou da iniciativa temos toda uma equipe. E acho que uma rede só acontece quando há essa vontade de aprender conjuntamente, colocando em prática a cooperação”, disse.

Os resultados da iniciativa foram apresentados por Hamilton Ortiz, consultor da Mitsidi Projetos. As empresas participantes evitaram o consumo de 38,12 GWh/ano com ações de eficiência energética e passaram a utilizar fontes renováveis de energia como biogás, biomassa e solar fotovoltaica, totalizando 31,14 GWh/ano.

Em sua apresentação, Felipe Toro, Especialista em Redes de Eficiência Energética no IREES GmbH, enumerou as vantagens para empresas de todos os setores econômicos e comentou um aspecto essencial das redes: “As redes de eficiência energética são fundamentais devido à inteligência de grupo e à competição idealista para o reconhecimento mútuo dos gerentes de energia”, afirmou.

Representantes de algumas empresas participantes na iniciativa também compartilharam suas experiências. “As palestras, encontros e trocas de experiências abriram nossos olhos para novos projetos. Além disso, as ferramentas disponibilizadas validaram os indicadores que preparamos para a certificação na ISO 50001, mostrando que estávamos no caminho certo”, afirmou Ademar Gallo, facility management na Robert Bosch Ltda.

“Os resultados foram atingidos! Na GM conseguimos ter uma nova visão para nossos business cases, com alguns pontos que até então não víamos, trazendo uma visão técnico-financeira mais apurada e melhorando nossos paybacks”, disse Michele Fernanda Faria, manufacturing engineer, Energy & Utilities Department na GM, complementando que as discussões proporcionadas pelo programa “deram maior segurança para tomada de decisão e aprovação de projetos”.

Werik R. Santos, Project Manager na Danone, concordou: “A RedEE foi importante para criarmos um elo entre as empresas que participaram para trocarmos conhecimentos. Passamos a ser mais assertivos nos estudos, no desenvolvimento de projetos e nos nossos cálculos de payback”.

A analista de infraestrutura do MME, Alexandra Maciel, encerrou o webinar destacando o potencial disseminador da RedEE para a compreensão de que medidas de baixo custo já podem resultar em economias significativas. “Com a implementação de RedEEs em grande escala, iremos provocar um efeito em cascata de eficiência energética”, afirmou.

As 11 empresas participantes da iniciativa são: Danone, GELITA, General Motors, Grupo Maringá Ferro-Liga, Hyundai, Novelis, Randon, Robert Bosch, Suzano, Unipar Carbocloro e Wheaton.

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