Evento aborda questão do expatriado


Nesta quinta-feira (5), aconteceu em São Paulo a 15ª edição nacional do Seminário de Mão de Obra Estrangeira, organizado pelo Communication Center da Câmara de Comércio e Indústria Brasil-Alemanha (AHK São Paulo), em parceria com a EMDOC. O evento visa abordar de forma prática o cenário da imigração no Brasil e seus principais desafios, além de apresentar cases de sucesso.


Durante a manhã do evento, os participantes tiveram a oportunidade de conferir a palestra do Prof. Ricardo Caldas, da Universidade de Brasília, que apresentou um panorama atual sobre a política e economia brasileiras. De acordo com o discurso de Caldas, o Brasil já passou do momento de recessão e se encontra em uma situação de “inflagnação” – estagnação econômica acompanhada de inflação, além da ameaça de impeachment para a presidente, que, segundo o pesquisador, pode não se concretizar até as próximas eleições presidenciais.


Os dados apresentados também apontaram um momento desafiador para o crescimento econômico do País e a continuação da alta do dólar (que poderá chegar a R$ 5,00), refletindo em uma recuperação mais tendente para o ano de 2018, quando será escolhido o novo presidente.


No segundo momento, as palestrantes Cláudia Perrone e Juliana Martinelli, da GE e Evonik respectivamente, falaram sobre suas experiências como executivas de Recursos Humanos em projetos de imigração e quais os principais desafios enfrentados referentes à contratação de mão de obra estrangeira.


Sob a moderação de Priscila Rama (PwC), Perrone e Martinelli abordaram a falta de entendimento das áreas de negócio em relação aos processos imigratórios, a pressa dos gestores em concluir a contratação de profissionais de outros países para iniciar um projeto e as leis que diferem de um país para outro.


Ambas defenderam a extrema importância, para um profissional que atua neste segmento, de obter profundo conhecimento das leis e processos de imigração e de seu trabalho. Ressaltaram ainda que é crucial procurar por experiência local que auxilie na complexidade burocrática, acompanhar individualmente cada expatriado e que é fundamental receber o apoio da liderança da companhia na qual atua.


Outro fator bastante considerado pelas palestrantes foi a capacitação intercultural do profissional contratado e de sua família, a fim de familiarizá-los com o novo cenário. A questão também foi tratada pela palestrante seguinte, Betina Kraus da fábrica da BMW em Araquari, que explicou por meio de fatos de sua própria vida e de seu cotidiano como executiva de Recursos Humanos os ganhos de uma boa integração cultural.


Segundo Kraus, a convivência com colegas de trabalho ajuda a adquirir de forma natural novos hábitos locais, e a interação com outros colegas expatriados já inseridos na cultura do novo país também facilita a familiarização. E a boa integração deste profissional traz benefícios tanto para o profissional em si como para a empresa, tais como: melhor assimilação e absorção da cultura local, o sentimento de pertencer à equipe, e, entre outras coisas, a troca de experiências e know-how com os profissionais locais.


Neste sentido, o objetivo do Departamento de Gestão de Expatriados, segundo a executiva da BMW, é ser um canal direto para esses funcionários estrangeiros de assistência nas questões profissionais e também pessoais. 

CC/Flickr/SAE PR
CC/Flickr/SAE PR