Soluções do processo de eletrólise para produção de hidrogênio verde são tema de webinar e matchmaking

Foto: AHK São Paulo.

Nesta quinta-feira (1), representantes de empresas e instituições brasileiras e alemãs se reuniram no evento “Eletrolise! Tecnologias para Produção de Hidrogênio Verde” para discutir soluções para obtenção do vetor energético a partir da eletrólise. O evento foi organizado no âmbito da Cooperação Brasil-Alemanha pelo Desenvolvimento Sustentável, por meio do projeto H2Brasil, projeto implementado pela Deutsche Gesellschaft für Internationale Zusammenarbeit que, em parceria com o Ministério de Minas e Energias (MME) trabalha pela expansão do mercado de hidrogênio verde e seus produtos derivados no Brasil. O evento contou com a realização da Aliança Brasil-Alemanha para o Hidrogênio Verde, formada pelas Câmaras Brasil-Alemanha de São Paulo (AHK São Paulo) e Rio de Janeiro (AHK Rio).

Em seu discurso de abertura, Marcos Oliveira Costa, da GIZ Brasil, agradeceu a presença dos convidados e do público e ressaltou a importância do hidrogênio verde para transformação do mercado de energia e o papel que o Brasil tem nesse processo de transição para uma economia descarbonizada.

Dando início às palestras, o professor e pesquisador do Centro Universitário da Faculdade de Engenharia Industrial (FEI), Gerhard Ett, apresentou as possibilidades da utilização da eletrólise e salientou que, apesar da produção majoritária de hidrogênio ainda ser feita com o uso de fontes fósseis, a versão “verde” do produto está em forte ascensão. “Nós temos a vantagem de estar lidando com um produto que já conhecemos há muito tempo, o hidrogênio. A questão agora é mudar sua forma de obtenção e isso já está acontecendo em maior escala e com menor custo”, disse.

As apresentações seguintes tiveram o intuito de difundir novas tecnologias no processo da eletrólise. Enquanto Ulf Behrens, representante da empresa alemã H2 Core Systems, expôs os modelos de eletrolisados de pequeno e médio portes que a empresa produz, o Managing Director da Elogen, Carsten Krause, detalhou o funcionamento da tecnologia utilizada pela empresa, a eletrólise de membrana de eletrólito polimérico (PEM Electrolysis Systems, em inglês).

Finalizando o primeiro bloco do evento,  Isabela Temístocles Gomes, do departamento de inovação e sustentabilidade da AHK São Paulo moderou uma sessão de perguntas e respostas com os palestrantes. Entre os principais tópicos abordados estavam o papel das universidades como desenvolvedores de tecnologias e as vantagens que a parceria entre Brasil e Alemanha podem representar no escopo do hidrogênio verde. “O histórico alemão na produção de hidrogênio verde aliado às condições estratégicas do Brasil podem significar o surgimento de algo completamente novo no que diz respeito ao produto”, afirmou Krause.

O segundo bloco do webinar contou com apresentação de projetos práticos envolvendo o hidrogênio verde no Brasil. Isabela Santos, membro do H2UPPP da GIZ Brasil, compartilhou detalhes da iniciativa e reforçou a importância de parcerias entre empresas e instituições públicas para o desenvolvimento de novos projetos.

Em seguida, Daniel Lopes, CEO da Hytron, , explicou ações realizadas pela empresa relacionadas à pesquisa e desenvolvimento, além de exaltar o potencial que o Brasil tem de se tornar um grande produtor do condutor. “Nós estamos mais perto do que o mundo imagina em relação ao uso de tecnologias voltadas para a produção de hidrogênio verde.”

Uma das participantes da pesquisa “Produção de Hidrogênio Verde: oportunidades tecnológicas e produtivas para a indústria brasileira”, Edilaine Venâncio Camillo, Consultora associada da Cognitio, introduziu os principais aspectos da tese, que tinha o objetivo de classificar em quais ações a indústria brasileira já está envolvida e identificar oportunidades para que o Ceará se insira no mercado de hidrogênio verde doméstico e global.

Em mais uma rodada de perguntas e respostas, foram debatidos o posicionamento do estado do Nordeste como grande impulsionador da produção de hidrogênio no País e a necessidade de parcerias estratégicas para o crescimento deste mercado. “Nós precisamos de uma cooperação ampla. Ninguém consegue caminhar sozinho e precisamos de mais atores conversando entre si para encontrar soluções inovadoras”, finalizou Camillo.

Gianna-Maria Pedot, da GIZ Brasil, encerrou o evento com agradecimentos ao público e aos palestrantes pelo engajamento com o tema. Após o encerramento foram realizadas reuniões de matchmaking com as empresas palestrantes.

Sobre o H2Brasil

Implementado pela Deutsche Gesellschaft für Internationale Zusammenarbeit (GIZ) GmbH com recursos do Ministério Federal da Cooperação Econômica e do Desenvolvimento da Alemanha (BMZ), o projeto H2Brasil é executado em parceria com o Ministério de Minas e Energia (MME). O objetivo é aprimorar condições legais, institucionais e tecnológicas para o desenvolvimento do mercado de hidrogênio verde no Brasil. A iniciativa faz parte da Aliança Brasil-Alemanha para Hidrogênio Verde, formada pelas Câmaras Brasil-Alemanha de São Paulo (AHK São Paulo) e Rio de Janeiro (AHK Rio).