O I Fórum de Talentos Grisalhos, evento criado pela Aging Free Fair e FGV, reuniu no último dia 10 de abril cerca de 200 executivos da área de Gestão de Pessoas para discutir o futuro do trabalho para profissionais seniors.
O evento, que contou com apoio da Câmara Brasil-Alemanha de São Paulo (AHK São Paulo), teve como objetivo debater o futuro do trabalho para o segmento sênior e divulgar importantes pesquisas e cases de mercado. Durante a ocasião, foi apresentado a pesquisa recente do Núcleo de Estudos em Organizações e Pessoas da FGV sobre o Envelhecimento nas Organizações e a Gestão da Idade. As principais conclusões do estudo foram essenciais para uma estratégia sobre a temática em questão. Com isso, ficou claro que a maioria das empresas no Brasil ainda prefere contratar jovens ao se depararem com profissionais com 50 anos ou mais de idade nas mesmas condições técnicas. Mas, comparando à percepção que tinham há cinco anos, elas têm melhora na percepção positiva com relação a esses profissionais. Para estas empresas, esse público conta com altos índices de comprometimento no trabalho, maior fidelidade à empresa, e maior equilíbrio emocional para enfrentar as situações em comparação aos jovens. Em contrapartida, veem os mais velhos como pouco criativos e com baixa adaptabilidade às novas tecnologias, além de os considerarem onerosos nos itens assistência médica e odontológica.
Realizada entre fevereiro e março deste ano pela FGV com apoio da Brasilprev e da Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH-SP), a pesquisa ouviu 140 empresas e teve três objetivos. O primeiro foi identificar as percepções dos gestores com relação aos profissionais com 50 anos ou mais de idade. O segundo, apontar como estão se posicionando estrategicamente em relação ao envelhecimento da força de trabalho no País. Já o terceiro propósito foi analisar a evolução, entre as organizações, da visão e práticas de gestão em relação ao estudo anterior, feito em 2013, com o mesmo público-alvo.
Algumas empresas que enxergaram as vantagens da intergeracionalidade trouxeram seus cases. É o caso da PwC, onde o projeto piloto de contratação de gestores com mais de 50 anos deu certo e, sob o estímulo da alta liderança, vai ser disseminado por todas as unidades da empresa.
Com a temática Desafios e Oportunidades na Contratação e Potencialização de Talentos na Maturidade, o evento reuniu uma grade seleta de 26 palestrantes e painelistas – formada por professores-doutores da FGV, renomados executivos de RH e Consultores de pessoas e organizações- que apresentaram dados e provocaram reflexões acerca do presente e futuro deste vasto universo de 54 milhões de pessoas acima dos 50 anos, um número maior do que a população da Espanha.
Um tema recorrente foi a carreira 2, com a nova concepção do trabalho e a necessidade do profissional se reinventar constantemente.
A importância do trabalho como realização pessoal, o senso de se sentir útil, de contribuir, também foram temas muito abordados no evento. Cases de pessoas que se aposentaram da 1ª carreira e partiram depois para a segunda realização profissional, resgatando a ocupação ou hobby que tiveram lá atrás, quando eram bem jovens, mostrou a todos que sonhar e realizar é essencial para a saúde e felicidade.
Andrea Menezes, representando o universo da primeira geração de mulheres executivas a se aposentar, em pesquisa de doutorado apresentada pela profa. Vanessa Cepellos, acentuou que o desafio para elas é ainda maior. E que o Brasil ainda vê com algumas reservas a ascensão das mulheres ao primeiro nível.
Karin Parodi, da Career Center, apresentou o modelo Wave, um novo mindset de colaboração entre talentos seniors, CEOs e diretores aposentados onde, reunidos em torno de uma plataforma IBM, todos atuam como consultores para projetos externos, reunindo competências e expertises, em ambiente colaborativo, num ganha-ganha generalizado.
Para Edgar Werblowsky, idealizador do Fórum, o chamado Lifelong Learning, o aprendizado por toda a vida, é essencial para a contínua atualização do profissional. Para ele, além do desenvolvimento profissional, com a consequente inserção do profissional na esfera do trabalho, o estudar e aprender constantemente traz ainda enormes contribuições para a saúde integral da pessoa.
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