III Seminário de Inclusão discute a cultura organizacional das empresas para receber pessoas com deficiência

AHK São PauloPromover uma discussão a respeito dos desafios e melhorias nas práticas da inclusão de pessoas com deficiência nas empresas segue sendo um tema que precisa de atenção. Sendo assim, juntamente com o tópico “Cultura Organizacional”, o assunto foi abordado no III Seminário “Mercado e Inclusão”, organizado pelo Instituto Sócio Cultural Brasil-Alemanha, em parceria com o Escritório Demarest Advogados, e apoio da Câmara de Comércio e Indústria Brasil-Alemanha de São Paulo (AHK-SP).

O evento, que aconteceu na última segunda-feira (23), contou com a presença de representantes de empresas que relataram os processos e projetos de inclusão dentro do ambiente de trabalho. O Dr. André Alarcon, sócio no Escritório Demarest Advogados, que também apoia e patrocina o Atletas do Futuro, abriu a discussão falando sobre a Lei de Cotas.

Alarcon traçou um paralelo entre as obrigações do empregador privado em relação às PCDs (Pessoas com Deficiência) na Alemanha e no Brasil, ressaltando a importância de oferecer oportunidades aos profissionais – sujeito a multa compensatória – e a disponibilizar cuidados especiais, sem discriminação ou diferença.

Sócio Júnior no Demarest Advogados, o Dr. Henrique Melo esclareceu também que o número de PCDs em uma empresa depende da quantidade de funcionários que ela possui. Alguns avanços nas vagas consideradas para o preenchimento da cota foram apresentados, como pessoas que possuem visão monocular. Melo destacou, ainda, que a forte fiscalização, direta e indireta, no Brasil entre 2006 e 2007 estimulou as empresas a contratarem pessoas com deficiência.

Um painel com representantes de quatro empresas deu seguimento ao Seminário. Mara Kiefer, gerente de Projetos de Inclusão de Pessoas com Deficiência no Mercado de Trabalho pela i.Social Consultoria e Responsabilidade Social, moderou o debate, que levantou questões como o lugar da diversidade no ambiente de trabalho, os recursos e budgets que cada empresa disponibiliza para esse crescimento e os desafios da mobilidade interna.

“Nada funciona no processo de inclusão sem que todos os aspectos sejam observados”, ressaltou Mara, ao mencionar os programas de encarreiramento de PCDs, e preocupação de levar o profissional correto para a modalidade adequada.

No que se refere à acessibilidade, Camila Bastos, responsável na EY pela área de Diversidade & Inclusão e também Desenvolvimento para América do Sul, destaca a importância para o profissional de receber uma oportunidade de emprego. “Gerar convivência interna e externa é fundamental para o aprendizado”, disse.

Segundo Ledjane Araújo, Consultora de Recursos Humanos da MAN Latin America, a matriz da empresa na Alemanha apoia as iniciativas elaboradas no Brasil, que também serve como parâmetro e inspiração para a iniciação de projetos no País.

“A gente aprende a cada dia, e o gestor também aprende”, acentua Claudia Frederico, Gerente de Treinamento, Diversidade e Qualidade de Vida do Citibank, que, juntamente com Adriano Bandini, Especialista em Diversidade da companhia, encerrou o evento salientando que as empresas devem saber lidar com essas pessoas com deficiência adquirida, cada vez mais frequente, em razão de acidentes automobilísticos e violência urbana, principalmente.

Foto: AHK São Paulo