A inovação na indústria e na economia brasileira de forma geral foi tratada em um workshop que fez parte da programação do segundo e último dia do 31º Encontro Econômico Brasil-Alemanha, nesta terça-feira (14), em São Paulo.
O diretor executivo do Instituto Fraunhofer para Engenharia de Software Experimental, Dieter Rombach, foi um dos palestrantes, e destacou o trabalho da Sociedade Fraunhofer no Brasil.
A instituição é a maior em pesquisa aplicada na Europa, com 66 institutos na Alemanha, e possui duas unidades implantadas no Brasil: uma em Campinas, em parceria com o ITAL (Instituto de Tecnologia de Alimentos), especializada em tecnologias para produção de alimentos, e a outra em Salvador, em parceria com a UFBA (Universidade Federal da Bahia), especializada em engenharia de softwares. Além disso, desde o ano passado presta consultoria para o Senai (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial) no projeto de implantação de 23 Institutos Senai de Inovação, a serem criados nos próximos anos.
“Inovação e qualificação não podem ser fornecidas ou compradas, têm que ser desenvolvidas em parceria, e nós do Fraunhofer estamos dispostos a fazer isso com instituições brasileiras”, disse Rombach.
Carlos Bork, especialista em desenvolvimento industrial do Senai Nacional, afirmou que o trabalho com o Fraunhofer vem sendo muito proveitoso, e que o Senai ambiciona ser “o Fraunhofer do Brasil, o elo entre a indústria e a academia” em prol da inovação e da competitividade.
De acordo com Bork, os institutos de pesquisa ainda enfrentam muitos entraves para responder às demandas da indústria, e a relação entre os dois setores deveria ser facilitada e estimulada. Neste sentido, ele considera a criação da Embrapii (Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial) “um belíssimo passo do governo” para desburocratizar essa relação.
O novo regime automotivo, instituído pelo governo em 2012 e que é conhecido como Inovar Auto, também foi debatido no workshop. O vice-presidente da MAN Latin America, Marco Antonio Saltini, lembrou que o programa estimula, basicamente, a inovação e as compras de fornecedores locais por parte da indústria automotiva. Para ele, a grande chave para avançar na competitividade é essa obrigação de fazer a inovação em solo brasileiro, e que acaba atingindo não só o fabricante automotivo em si, mas também toda a cadeia de fornecedores. “O Inovar começou na indústria automotiva, mas deve ser expandido para todos os setores industriais brasileiros” para estimular a inovação, ressaltou o executivo.
Na cerimônia de encerramento do Encontro Econômico, o ex-presidente e membro da diretoria da Câmara de Comércio Brasil-Alemanha de São Paulo Weber Porto ressaltou que a 31ª edição foi histórica, com um recorde de 2 mil participantes e a presença, pela primeira vez nos 31 anos do evento, dos chefes de Estado do Brasil e da Alemanha – Dilma Rousseff e Joachim Gauck – presentes na abertura oficial do evento, nesta segunda-feira (13).
A próxima edição do EEBA será realizada em Hamburgo no ano que vem.