“Mamãe, eu já sei o que quero ser quando crescer: quero ser cientista!”.
Quantas vezes minha mãe não ouviu essa suposição tão enganada, quantas vezes não sonhei em fincar meus pés infantis na lua, no universo, no impossível. Desde pequena queria ser cientista, meus pais, ambos matemáticos, já haviam involuntariamente me passado uma facilidade hereditária com os números, gostava deles como amigos, daqueles capazes de solucionar qualquer problema que vem de dentro, como se a alma fosse um simples sistema de equações e eu todas as incógnitas por ele resolvidas.
Enganei-me e fui, aos poucos, sendo invadida por uma entidade maior, algo superior aos números, às contas que eu tão avidamente solucionava, maior que minha pequena alma de incógnitas. Fui invadida pelas palavras. Eu costumava dizer que os números mediam todos os espaços que eram infinitos para as palavras. Descobri que a palavra amplia, o número reduz; o número conclui e a palavra cria. Quis então entender o mundo e todas as nuanças que esse escondia em suas palavras. Aliás, mais que isso, quis que minha palavras fossem compreendidas nos quatro cantos do mundo.
O português já não me bastava, e durante anos mergulhei nos mais diferentes idiomas: italiano, inglês, espanhol, francês e finalmente o alemão. Esse último despertou-me uma curiosidade diferente, não só pelas palavras grandes, tão extensas quanto os números, mas pela magia e facilidade de se criar novas palavras… o alemão me lembrava a matemática.
Soma-se um adjetivo com a terminação –keit¬ e tem-se um substantivo, acrescentam-se novos substantivos e tens um único objeto, tira-lhe tudo e tens uma única palavra. Apaixonei-me perdidamente pelo mundo e por isso me entreguei às palavras. Decidi que quero ser advogada e me formar na USP e quem sabe, mais para frente, me pós-graduar em psicologia. Quero compreender os vocábulos que limitam a sociedade, que moldam uma moral mundial. Vou fazer dos idiomas um passaporte para estudar mais do que meu país e compreender esse mundo imenso em todas as suas individualidades. Quero falar inglês, alemão e espanhol para que um dia possa ser entendida por todo o mundo.
-O concurso de redação obedeceu a critérios de seleção contidos no regulamento (ver abaixo). A seleção foi feita por professores e membros do Colégio Visconde de Porto Seguro e por uma comissão julgadora da Câmara Brasil-Alemanha.
– Será feito um sorteio entre os alunos vencedores e um deles ganhará, além da publicação no site Basil Alemanha News, um roteiro guiado oferecido pela Bayer para conhecer a empresa e suas principais áreas de atuação, com o objetivo de levar ao jovem o conhecimento sobre a vida profissional e o funcionamento de uma grande empresa. A data do roteiro será agendada com o aluno após o evento.