Segundo previsões feitas pelo coordenador do Comitê de Economia da Câmara Brasil-Alemanha e economista-chefe da Siemens Brasil, Antonio Corrêa de Lacerda, o Brasil deverá crescer em torno de 3,5% em 2012. No entanto, o economista ressalta que, para isso, o governo federal deverá tomar algumas medidas que garantam esse desenvolvimento.
Lacerda citou a necessidade de reduzir a taxa de juros, que deverá chegar a 9% neste ano, além de incentivar o consumo, bem como a produção industrial. Mas, acima de tudo, o governo terá que tomar providências para estabilizar o câmbio, que tem grande impacto sobre a competitividade das empresas brasileiras. Outra tarefa para o País, segundo o economista, é impedir a continuidade do processo de desindustrialização que vem sendo observado.
"As mudanças necessárias estão ao alcance de nossas instituições", afirmou Lacerda, durante a reunião-almoço realizada pela Câmara Brasil-Alemanha de São Paulo (AHK-SP), nesta segunda-feira (30). O executivo lembrou que apesar da expansão do mercado doméstico, o crescimento não se dá automaticamente e, portanto, "o Brasil não pode ser acomodar", ressaltou.
Ainda, segundo ele, o desafio brasileiro do ponto de vista fiscal em 2012 será consolidar o quadro de redução da dívida pública, bem como do déficit nominal, crescimento do PIB e queda dos juros. Para tanto, será necessário também melhorar a eficácia da gestão do orçamento e gastos públicos.
Investimento estrangeiro
Na opinião do economista, as mudanças estruturais no País – como independência energética, controle da inflação e alta taxa de emprego – contribuíram para criar o ambiente econômico favorável que, em 2011, atraiu um volume recorde de investimentos do exterior, cerca de US$67 milhões.
A expectativa para 2012 é de uma continuidade no fluxo de capital estrangeiro que entra no País. No entanto, Lacerda lembrou que não somente o volume, mas a qualidade dos investimentos é importante para garantir um crescimento sustentável. Segundo ele, muitos dos investimentos foram feitos nos setores tradicionais em 2011 e para incentivar investimentos em indústrias que criem valor agregado, será necessário criar condições estruturais.