Seminário debate a inovação no Brasil e na Alemanha

O Departamento de Inovação e Tecnologia da Câmara Brasil-Alemanha promoveu, nesta terça-feira (12), o I Seminário Brasil-Alemanha de Inovação, no Club Transatlântico, em São Paulo. O evento reuniu executivos de grandes empresas alemãs instaladas no Brasil, representantes de universidades e de órgãos dos governos brasileiro e alemão para discutir os diferentes cenários dos dois países e as oportunidades de cooperação para o aumento da competitividade através da inovação.

A primeira palestra da manhã foi de Thomas Kunze, especialista da Roland Berger, que desenhou um cenário do contexto da inovação no Brasil e na Alemanha. A Alemanha, como se sabe, é um dos países mais competitivos do mundo, com uma indústria altamente inovadora. A indústria brasileira, por seu lado, também desenvolve iniciativas inovadoras em um ambiente internacional altamente competitivo, mas seu foco em inovação – e, por consequência, seu investimento na matéria – ainda é baixo.

Em seguida, uma round-table discutiu as estratégias de inovação de empresas alemãs instaladas no Brasil. Participaram dela o presidente da T-Systems do Brasil, Ideval Munhoz; o presidente da Trumpf Brasil, João Carlos Visetti; o ex-presidente da Continental do Brasil, Maurício Muramoto; o vice-presidente de inovação da Mahle, Ricardo Abreu; o vice-presidente de inovação da Siemens Brasil, Ronald Dauscha; e o presidente da ZF América do Sul, Wilson Bricio; com moderação de Ingo Plöger, da ABDI (Associação Brasileira de Desenvolvimento Industrial). Cada uma das empresas, de diferentes ramos e portes, falou sobre suas estratégias de inovação e sobre o processo de negociação com a matriz alemã na hora de desenvolver soluções inovadoras no Brasil.

Fechando a manhã, o gerente de relações institucionais e governamentais da ROMI, André Romi, o diretor de design da Volkswagen do Brasil, Luiz Alberto Veiga, e o diretor geral do escritório de arquitetura e engenharia gmp do Brasil, Ralf Amman, debateram em torno da questão “a criatividade brasileira ou a disciplina alemã: o que é preciso para inovar?” As respostas apontadas foram no sentido de que ambas são importantes para o processo inovador e podem funcionar muito bem quando usadas em conjunto.

PMEs, governo e cooperação bilateral

A tarde começou com uma mesa-redonda em torno da inovação de Pequenas e Médias Empresas (PMEs), com a participação de Carlos Alberto dos Santos, diretor técnico do Sebrae; Jefferson Almeida, diretor de desenvolvimento de fornecedores da Robert Bosch América Latina; Rogério Baldauf, presidente da ACE Schmersal; Sérgio Luiz Gargioni, presidente da Confederação Nacional das Fundações de Amparo à Pesquisa; e de Ademar Seabra, chefe da divisão de Ciência e Tecnologia do Ministério das Relações Exteriores. Foram discutidos exemplos, as principais dificuldades e quais canais de fomento para que as empresas de pequeno porte possam desenvolver soluções inovadoras.

Após, foram apresentadas alguns programas ou ações de fomento à inovação, como a Embrapii (Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial), a Lei do Bem, e o Programa TI Maior, do governo federal; a Investe SP, agência de promoção de investimentos do governo de São Paulo; e o MEI (Movimento Empresarial para Inovação) da CNI (Confederação Nacional da Indústria). Foi destacado que a burocracia e as leis conflitantes (insegurança jurídica) são dois dos principais empecilhos ao maior investimento em inovação no Brasil por parte das empresas. Participaram o CEO do Grupo Ultra e presidente do Conselho Administrativo da Embrapii, Pedro Wongtschowski; o vice-presidente de assuntos corporativos da Bayer, Christian Lohbauer; o diretor de inovação da Braskem, Luis Fernando Cassinelli; o presidente da Investe SP, Luciano Almeida; e o diretor de inovação da CNI, Paulo Mól; com a moderação de Wilson Bricio, diretor da AHK-SP e presidente do Innovation Board da entidade.

Encerrando o evento, houve uma mesa-redonda sobre as oportunidades da parceria Brasil-Alemanha em inovação. Participaram o cônsul geral da Alemanha em São Paulo, Friedrich Däuble; o secretário de Desenvolvimento e Inovação do Ministério da Ciência e Tecnologia, Álvaro Toubes Prata; o diretor-presidente da Embrapii, João Fernando Gomes de Oliveira; o presidente da Robert Bosch América Latina, Besaliel Botelho; o superintendente da Fundação CERTI, Carlos Alberto Schneider; o presidente do DAAD (Serviço Alemão de Intercâmbio Acadêmico) e do DWIH (Centro Alemão de Ciência e Inovação), Christian Müller; e o presidente da Evonik do Brasil, Weber Porto. Foi ressaltado o Ciência Sem Fronteiras, que tem a Alemanha como uma das maiores receptoras de alunos brasileiros, dentre outras iniciativas de cooperação entre os dois países que podem estimular a inovação. A união de governo, empresas e universidades foi apontada como fundamental para o maior desenvolvimento de soluções inovadoras no Brasil.

Prêmio de Inovação

Após o término do seminário, aconteceu a entrega do I Prêmio Brasil-Alemanha de Inovação, para as empresas BHS – Brasil Health Service, pelo projeto “Descarte consciente de medicamentos fora de uso” (1º lugar); MAN Latin America, pelo projeto “Caminhões urbanos híbridos com maior eficiência energética” (2º lugar); e I Systems Automação Industrial, pelo projeto “Controle avançado de processos industriais utilizando tecnologia Fuzzy” (3º lugar).

As três vencedoras receberão um diagnóstico e consultoria da Porsche Consulting, e a primeira colocada viajará para a Alemanha, onde visitará Institutos de Ciência e Tecnologia e poderá divulgar o seu projeto durante o Encontro Econômico Brasil-Alemanha 2014.

Tanto o Seminário quanto o Prêmio Brasil-Alemanha de Inovação integram o calendário da Temporada Alemanha + Brasil 2013-2014.

Felipe Mairowski/AHK-SP
Felipe Mairowski/AHK-SP