A taxa básica de juros (Selic) deverá aumentar ainda mais até o final de 2011, passando dos atuais 10,75% ao ano para 12%, mas deverá iniciar um caminho de retração contínua a partir do final do ano. Segundo o economista Antonio Corrêa de Lacerda, a taxa de juros brasileira pode chegar a até 2% dentro de três ou quatro anos, se a economia continuar seguindo um rumo de crescimento e o governo adotar as medidas necessárias para sustentar a expansão.
Em evento promovido pela Câmara Brasil-Alemanha (AHK) de São Paulo, Lacerda disse que um dos desafios do Brasil para este ano será manter o crescimento, diminuindo o consumo, sem afetar o investimento. “Com o investimento na economia brasileira crescendo, em média, a uma taxa quatro vezes superior à do consumo, o Governo tem que estar atento”, aponta. Se o consumo for desestimulado equivocadamente, as decisões de investimento podem ser inibidas, alerta o coordenador da Comissão de Economia da AHK e economista-chefe da Siemens.
Taxa de câmbio
A grande dúvida ainda é a taxa de câmbio. O economista projeta alta do dólar para R$ 1,80 neste ano, mas acredita que a taxa de câmbio possa atingir a casa dos R$ 2,00. Lacerda prevê um ano de ajustes, com ênfase no combate à inflação pelo controle de expansão da demanda e do crédito.
Para ele, outro grande desafio do novo governo é equacionar os gastos públicos de forma que o seu crescimento percentual seja inferior à expansão da receita.
