COP 26 termina com promessa de financiamentos, mas sem eliminar combustíveis fósseis

Foto: Divulgação AHK Paraná

Conferência Mundial sobre o clima reuniu 200 países em Glasgow

Os resultados da COP 26 são preocupantes. O desafio de limitar o aquecimento do planeta a 1,5ºC, considerado por ambientalistas do mundo todo como essencial para a subsistência na Terra, não foi suficiente para que o texto final trouxesse a eliminação completa da utilização de carvão e combustíveis fósseis até 2050. Esses são os atuais inimigos do combate ao efeito estufa. Países como Índia, Africa do Sul, China e EUA, ainda baseiam o seu desenvolvimento no uso do carvão.

A Alemanha, no entanto, prometeu disponibilizar 10 milhões de euros no apoio aos países pobres que sofrem com danos e perdas causadas pela crise climática. Junto com outros países europeus, serão mobilizados 35 milhões de dólares. Uma das críticas da ONG WWF é que há um descompasso entre os países pobres e ricos: estes cobram e fazem sanções às nações que não protegem suas florestas e não combatem adequadamente o desmatamento. Além disso, os países ricos ainda usam energia fóssil para movimentar as suas indústrias. A Alemanha, por sua vez, assinou um comunicado prometendo apoio aos projetos que visem a eliminação dos combustíveis fósseis já em 2022. A exceção fica para os sistemas de gás que serão operados com hidrogênio verde futuramente. A Alemanha ainda opera projetos de gás em outros países, mas pretende rescindi-los a partir do ano que vem.

Logo no início da conferência mundial, um pacto pela proteção das florestas causou rebuliço. Nele, muitos países – inclusive os que possuem muitas florestas, como o Brasil e a Indonésia -, se comprometeram a deter ou reverter o desmatamento até 2030. Para isso, serão disponibilizados bilhões de dólares para proteger e reflorestar. A Alemanha também aderiu ao pacto e prometeu fundos. No entanto, a dúvida é como cumprir com esse combinado! Nem o Brasil, nem os demais países, apresentaram qualquer estratégia para alcançar a meta em menos de 10 anos. Fato que deixa aberta uma lacuna, visto que em 2020 também foi firmado um pacto semelhante – previa US$ 100 bilhões por ano – e não foi cumprido até agora.

Mas não só de questionamentos foi construído o texto final da Conferência das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas, em Glasgow. O essencial papel da preservação dos ecossistemas e da biodiversidade, previsto no Acordo de Paris, devem fazer parte do combate efetivo à crise climática. A relevância da adaptação e proteção dos mares está claro no Acordo de Glasgow. Além disso, todos os países se comprometeram a trabalhar duro no combate ao aumento da temperatura global. Isso foi endossado pela incomum aliança entre Estados Unidos e China que vieram a público e prometeram trabalhar juntos com mais afinco nesse sentido. O anúncio é extremamente impactante, não apenas pela conhecida rivalidade entre os dois gigantes, mas principalmente porque eles são os maiores emissores mundiais de gases de efeito estufa, responsáveis por 11 e 27%, respectivamente. Ainda é um pequeno passo, já que os dois têm muito caminho para trilhar em suas políticas internas para garantir a segurança climática. Mas não deixa de ser um avanço significativo para as futura negociações climáticas.

Esta matéria foi baseada nas reportagens publicadas nos jornais Der Tagesspiegel, Tagesschau e no site WWF e BBC News. Leia na íntegra nos links https://bityli.com/8T1JZX, https://bityli.com/w02Ier, https://bityli.com/H3cJjQ e https://bityli.com/Yxo9UD.